1.
Espantalho
Você
desvirtuou um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.
Ao
exagerar, desvirtuar ou simplesmente inventar um argumento de
alguém,
fica bem mais fácil apresentar a sua posição
como razoável ou válida.
Este tipo de desonestidade não
apenas prejudica o discurso racional,
como também prejudica
a própria posição de alguém que o usa, por colocar
em
questão a sua credibilidade – se você está disposto a
desvirtuar
negativamente o argumento do seu oponente, será
que você também não
desvirtuaria os seus positivamente?
2.
Causa Falsa
Você
supôs que uma relação real ou percebida entre duas coisas
significa que uma é a causa da outra.
Uma
variação dessa falácia é a “cum
hoc ergo propter hoc”
(com
isto, logo por causa disto), na qual alguém supõe que, pelo
fato
de duas coisas estarem acontecendo juntas, uma é a
causa da outra. Este
erro consiste em ignorar a
possibilidade de que possa haver uma causa em
comum para
ambas, ou, como mostrado no exemplo abaixo, que as duas
coisas
em questão não tenham absolutamente nenhuma relação de causa,
e a
sua aparente conexão é só uma coincidência.
Outra
variação comum é a falácia “post
hoc ergo propter hoc”
(depois
disto, logo por causa disto), na qual uma relação causal
é
presumida porque uma coisa acontece antes de outra coisa,
logo, a
segunda coisa só pode ter sido causada pela
primeira.
3.
Apelo à emoção
Você
tentou manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento
válido ou convincente.
Apelos
à emoção são relacionados a medo, inveja, ódio, pena,
orgulho, entre outros.
É
importante dizer que às vezes um argumento logicamente coerente
pode
inspirar emoção, ou ter um aspecto emocional, mas o
problema e a falácia
acontecem quando a emoção é usada
no lugar de um argumento lógico. Ou,
para tornar menos
claro o fato de que não existe nenhuma relação
racional e
convincente para justificar a posição de alguém.
Exceto
os
sociopatas, todos são afetados pela emoção, por isso apelos à
emoção
são uma tática de argumentação muito comum e
eficiente. Mas eles são
falhos e desonestos, com tendência
a deixar o oponente de alguém
justificadamente emocional.
4.
A falácia da falácia
Supor
que uma afirmação está necessariamente errada só porque ela
não foi bem construída ou porque uma falácia foi cometida.
Há
poucas coisas mais frustrantes do que ver alguém argumentar de
maneira
fraca alguma posição. Na maioria dos casos um
debate é vencido pelo
melhor debatedor, e não
necessariamente pela pessoa com a posição mais
correta. Se
formos ser honestos e racionais, temos que ter em mente que
só
porque alguém cometeu um erro na sua defesa do argumento, isso
não
necessariamente significa que o argumento em si esteja
errado.
5.
Ladeira Escorregadia
Você
faz parecer que o fato de permitirmos que aconteça A fará com
que aconteça Z, e por isso não podemos permitir A.
O
problema com essa linha de raciocínio é que ela evita que se
lide com a
questão real, jogando a atenção em hipóteses
extremas. Como não se
apresenta nenhuma prova de que tais
hipóteses extremas realmente
ocorrerão, esta falácia toma
a forma de um apelo à emoção do medo.
6.
Ad hominem
Você
ataca o caráter ou traços pessoais do seu oponente em vez de
refutar o argumento dele.
Ataques
ad hominem podem assumir a forma de golpes pessoais e diretos
contra
alguém, ou mais sutilmente jogar dúvida no seu
caráter ou atributos
pessoais. O resultado desejado de um
ataque ad
hominem é
prejudicar o oponente de alguém sem precisar de fato se engajar
no argumento dele ou apresentar um próprio.
7.
Tu quoque (você também)
Você
evitar ter que se engajar em críticas virando as próprias
críticas contra o acusador – você responde críticas com
críticas.
Esta
falácia, cuja tradução do latim é literalmente “você
também”, é
geralmente empregada como um mecanismo de
defesa, por tirar a atenção do
acusado ter que se defender
e mudar o foco para o acusador.
A
implicação é que, se o oponente de alguém também faz aquilo
de que acusa
o outro, ele é um hipócrita. Independente da
veracidade da
contra-acusação, o fato é que esta é
efetivamente uma tática para evitar
ter que reconhecer e
responder a uma acusação contida em um argumento –
ao
devolver ao acusador, o acusado não precisa responder à
acusação.
8.
Incredulidade pessoal
Você
considera algo difícil de entender, ou não sabe como funciona,
por isso você dá a entender que não seja verdade.
Assuntos
complexos como evolução biológica através de seleção
natural exigem
alguma medida de entendimento sobre como elas
funcionam antes que alguém
possa entendê-los
adequadamente; esta falácia é geralmente usada no
lugar
desse entendimento.
9.
Alegação especial
Você
altera as regras ou abre uma exceção quando sua afirmação é
exposta como falsa.
Humanos
são criaturas engraçadas, com uma aversão boba a estarem
errados.
Em
vez de aproveitar os benefícios de poder mudar de ideia graças
a um
novo entendimento, muitos inventarão modos de se
agarrar a velhas
crenças. Uma das maneiras mais comuns que
as pessoas fazem isso é
pós-racionalizar um motivo
explicando o porque aquilo no qual elas
acreditavam ser
verdade deve continuar sendo verdade.
É
geralmente
bem fácil encontrar um motivo para acreditar em
algo que nos favorece, e
é necessária uma boa dose de
integridade e honestidade genuína consigo
mesmo para
examinar nossas próprias crenças e motivações sem cair
na
armadilha da auto-justificação.
10.
Pergunta carregada
Você
faz uma pergunta que tem uma afirmação embutida, de modo que
ela não pode ser respondida sem uma certa admissão de culpa.
Falácias
desse tipo são particularmente eficientes em descarrilar
discussões
racionais, graças à sua natureza inflamatória
– o receptor da pergunta
carregada é compelido a se
justificar e pode parecer abalado ou na
defensiva. Esta
falácia não apenas é um apelo à emoção, mas
também
reformata a discussão de forma enganosa.
11.
Ônus da prova
Você
espera que outra pessoa prove que você está errado, em vez de
você mesmo provar que está certo.
O
ônus (obrigação) da prova está sempre com quem faz uma
afirmação, nunca
com quem refuta a afirmação. A
impossibilidade, ou falta de intenção,
de provar errada
uma afirmação não a torna válida, nem dá a ela
nenhuma
credibilidade.
No
entanto, é importante estabelecer que nunca
podemos ter
certeza de qualquer coisa, portanto devemos valorizar
cada
afirmação de acordo com as provas disponíveis. Tirar
a importância de um
argumento só porque ele apresenta um
fato que não foi provado sem
sombra de dúvidas também é
um argumento falacioso.
12.
Ambiguidade
Você
usa duplo sentido ou linguagem ambígua para apresentar a sua
verdade de modo enganoso.
Políticos
frequentemente são culpados de usar ambiguidade em seus
discursos, para
depois, se forem questionados, poderem dizer
que não estavam
tecnicamente mentindo. Isso é qualificado
como uma falácia, pois é
intrinsecamente enganoso.
13.
Falácia do apostador
Você
diz que “sequências” acontecem em fenômenos
estatisticamente
independentes, como rolagem de dados ou
números que caem em uma roleta.
Esta
falácia de aceitação comum é provavelmente o motivo da
criação da
grande e luminosa cidade no meio de um deserto
americano chamada Las Vegas.
Apesar
da probabilidade geral de uma grande sequência do
resultado
desejado ser realmente baixa, cada lance do dado é, em si
mesmo,
inteiramente independente do anterior. Apesar de haver uma
chance
baixíssima de um cara-ou-coroa dar cara 20 vezes
seguidas, a chance de
dar cara em cada uma das vezes é e
sempre será de 50%, independente de
todos os lances
anteriores ou futuros.
14.
Ad populum
Você
apela para a popularidade de um fato, no sentido de que muitas
pessoas
fazem/concordam com aquilo, como uma tentativa de
validação dele.
A
falha nesse argumento é que a popularidade de uma ideia não
tem
absolutamente nenhuma relação com a sua validade. Se
houvesse, a Terra
teria se feito plana por muitos séculos,
pelo simples fato de que todos
acreditavam que ela era
assim.
15.
Apelo à autoridade
Você
usa a sua posição como figura ou instituição de autoridade no
lugar de um argumento válido. (A popular “carteirada”.)
É
importante mencionar que, no que diz respeito a esta falácia,
as
autoridades de cada campo podem muito bem ter argumentos
válidos, e que
não se deve desconsiderar a experiência e
expertise do outro.
Para
formar um argumento, no entanto, deve-se defender seus
próprios
méritos, ou seja, deve-se saber por que a pessoa
em posição de
autoridade tem aquela posição. No entanto,
é claro, é perfeitamente
possível que a opinião de uma
pessoa ou instituição de autoridade esteja
errada; assim
sendo, a autoridade de que tal pessoa ou instituição goza
não
tem nenhuma relação intrínseca com a veracidade e validade das
suas
colocações.
16.
Composição/Divisão
Você
implica que uma parte de algo deve ser aplicada a todas, ou
outras, partes daquilo.
Muitasvezes,
quando algo é verdadeiro em parte, isso também se aplica
ao
todo, mas é crucial saber se existe evidência de que
este é mesmo o
caso.
Já
que observamos consistência nas coisas, o nosso
pensamento
pode se tornar enviesado de modo que presumimos consistência
e
padrões onde eles não existem.
17.
Nenhum escocês de verdade…
Você
faz o que pode ser chamado de apelo à pureza como forma de
rejeitar críticas relevantes ou falhas no seu argumento.
Nesta
forma de argumentação falha, a crença de alguém é
tornada
infalsificável porque, independente de quão
convincente seja a evidência
apresentada, a pessoa
simplesmente move a situação de modo que a
evidência
supostamente não se aplique a um suposto “verdadeiro”
exemplo.
Esse tipo de pós-racionalização é um modo de
evitar críticas válidas ao
argumento de alguém.
18.
Genética
Você
julga algo como bom ou ruim tendo por base a sua origem.
Esta
falácia evita o argumento ao levar o foco às origens de algo ou
alguém. É similar à falácia ad
hominem no
sentido de que ela usa percepções negativas já existentes para
fazer
com que o argumento de alguém pareça ruim, sem de
fato dissecar a falta
de mérito do argumento em si.
19.
Preto-ou-branco
Você
apresenta dois estados alternativos como sendo as únicas
possibilidades, quando de fato existem outras.
Também
conhecida como falso
dilema,
esta
tática aparenta estar formando um argumento lógico, mas
sob
análise mais cuidadosa fica evidente que há mais
possibilidades além das
duas apresentadas. O pensamento
binário da falácia
preto-ou-branco não leva em conta as
múltiplas variáveis, condições e
contextos em que
existiriam mais do que as duas possibilidades apresentadas. Ele
molda o argumento de forma enganosa e obscurece o
debate
racional e honesto.
20.
Tornando a questão supostamente óbvia
Você
apresenta um argumento circular no qual a conclusão foi incluída
na premissa.
Este
argumento logicamente incoerente geralmente surge em situações
onde as
pessoas têm crenças bastante enraizadas, e por
isso consideradas
verdades absolutas em suas mentes.
Racionalizações circulares são ruins
principalmente
porque não são muito boas.
21.
Apelo à natureza
Você
argumenta que só porque algo é “natural”, aquilo é válido,
justificado, inevitável ou ideal.
Só
porque algo é natural, não significa que é bom. Assassinato,
por
exemplo, é bem natural, e mesmo assim a maioria de nós
concorda que não é
lá uma coisa muito legal de você sair
fazendo por aí. A sua
“naturalidade” não constitui
nenhum tipo de justificativa.
22.
Anedótica
Você
usa uma experiência pessoal ou um exemplo isolado em vez de um
argumento sólido ou prova convincente.
Geralmente
é bem mais fácil para as pessoas simplesmente acreditarem no
testemunho
de alguém do que entender dados complexos e
variações dentro de um continuum.
Medidas
quantitativas científicas são quase sempre mais precisas do
que
percepções e experiências pessoais, mas a nossa
inclinação é acreditar
naquilo que nos é tangível, e/ou
na palavra de alguém em quem confiamos,
em vez de em uma
realidade estatística mais “abstrata”.
23.
O atirador do Texas
Você
escolhe muito bem um padrão ou grupo específico de dados que
sirva para
provar o seu argumento sem ser representativo do
todo.
Esta
falácia de “falsa causa” ganha seu nome partindo do exemplo
de um
atirador disparando aleatoriamente contra a parede de
um galpão, e, na
sequência, pintando um alvo ao redor da
área com o maior número de
buracos, fazendo parecer que
ele tem ótima pontaria.
Grupos
específicos de dados como esse aparecem naturalmente, e de
maneira
imprevisível, mas não necessariamente indicam que
há uma relação causal.
24.
Meio-termo
Você
declara que uma posição central entre duas extremas deve ser a
verdadeira.
Em
muitos casos, a verdade realmente se encontra entre dois
pontos
extremos, mas isso pode enviezar nosso pensamento: às
vezes uma coisa
simplesmente não é verdadeira, e um meio
termo dela também não é
verdadeiro. O meio do caminho
entre uma verdade e uma mentira continua
sendo uma mentira.
|
Exemplo:
Depois
de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde
e
educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso que
Felipe odeie tanto o
Brasil, a ponto de querer deixar o
nosso país completamente indefeso,
sem verba militar.
Exemplo:
Apontando
para um gráfico metido a besta, Rogério mostra como
as
temperaturas têm aumentado nos últimos séculos, ao
mesmo tempo em que o
número de piratas têm caído; sendo
assim, obviamente, os piratas é que
ajudavam a resfriar as
águas, e o aquecimento global é uma farsa.
***
Exemplo: Lucas
não
queria comer o seu prato de cérebro de ovelha com fígado
picado, mas
seu pai o lembrou de todas as crianças
famintas de algum país de
terceiro mundo que não tinham a
sorte de ter qualquer tipo de comida.
***
Exemplo:
Percebendo
que Amanda cometeu uma falácia ao defender que devemos
comer
alimentos saudáveis porque eles são populares,
Alice resolveu ignorar a
posição de Amanda por completo e
comer Whopper Duplo com Queijo no
Burger King todos os
dias.
***
Exemplo:
Armando
afirma que, se permitirmos casamentos entre pessoas do
mesmo
sexo, logo veremos pessoas se casando com seus pais,
seus carros e seus
macacos Bonobo de estimação.5.1)
Exemplo
2: a
explicação feita após o terceiro subtítulo – “O
voto divergente do ministro Ricardo Lewandowski e a ladeira
escorregadia” – deste
texto sobre
aborto. Vale a leitura.
***
Exemplo:
Depois
de Salma apresentar de maneira eloquente e convincente
uma
possível reforma do sistema de cobrança do
condomínio, Samuel pergunta
aos presentes se eles deveriam
mesmo acreditar em qualquer coisa dita
por uma mulher que
não é casada, já foi presa e, pra ser sincero, tem um
cheiro
meio estranho.
***
Exemplo:
Nicole
identificou que Ana cometeu uma falácia lógica, mas, em vez
de
retificar o seu argumento, Ana acusou Nicole de ter
cometido uma falácia
anteriormente no debate.7.1) Exemplo
2: O
político
Aníbal Zé das Couves foi acusado pelo seu oponente de
ter
desviado dinheiro público na construção de um
hospital. Aníbal não
responde a acusação diretamente e
devolve insinuando que seu oponente
também já aprovou
licitações irregulares em seu mandato.
***
Exemplo: Henrique
desenhou
um peixe e um humano em um papel e, com desdém
efusivo,
perguntou a Ricardo se ele realmente pensava que
nós somos babacas o
bastante para acreditar que um peixe
acabou evoluindo até a forma humana
através de, sei lá,
um monte de coisas aleatórias acontecendo com o
passar dos
tempos.
***
Exemplo:
Eduardo
afirma ser vidente, mas quando as suas “habilidades”
foram
testadas em condições científicas apropriadas,
elas magicamente
desapareceram. Ele explicou, então, que
elas só funcionam para quem tem
fé nelas.
***
Exemplo:
Graça
e Helena estavam interessadas no mesmo homem. Um dia,
enquanto
ele estava sentado próximo suficiente a elas para
ouvir, Graça pergunta
em tom de acusação: “como anda a
sua rehabilitação das drogas, Helena?”
***
Exemplo:
Beltrano
declara que uma chaleira está, nesse exato momento, orbitando
o
Sol entre a Terra e Marte e que, como ninguém pode
provar que ele está
errado, a sua afirmação é
verdadeira.
***
Exemplo: Em
um
julgamento, o advogado concorda que o crime foi
desumano. Logo, tenta
convencer o júri de que o seu
cliente não é humano por ter cometido tal
crime, e não
deve ser julgado como um humano normal.
***
Exemplo:
Uma
roleta deu número vermelho seis vezes em sequência, então
Gregório
teve quase certeza que o próximo número seria
preto. Sofrendo uma forma
econômica de seleção natural,
ele logo foi separado de suas economias.
***
Exemplo:
Luciano,
bêbado, apontou um dedo para Jão e perguntou como é que
tantas
pessoas acreditam em duendes se eles são só uma
superstição antiga e
boba. Jão, por sua vez, já havia
tomado mais Guinness do que deveria e
afirmou que já que
tantas pessoas acreditam, a probabilidade de duendes
de
fato existirem é grande.
***
Exemplo: Impossibilitado
de
defender a sua posição de que a teoria evolutiva “não
é real”, Roberto
diz que ele conhece pessoalmente um
cientista que também questiona a
Evolução e cita uma de
suas famosas falas.15.1) Exemplo
2:
Um
professor de matemática se vê questionado de maneira
insistente por
um aluno especialmente chato. Lá pelas
tantas, irritado após cometer um
deslize em sua fala, o
professor argumenta que tem mestrado
pós-doutorado e isso
é mais do que suficiente para o aluno confiar nele.
***
Exemplo:
Daniel
era uma criança precoce com uma predileção por pensamento
lógico.
Ele sabia que átomos são invisíveis, então
logo concluiu que ele, por
ser feito de átomos, também
era invisível. Nunca foi vitorioso em uma
partida de
esconde-esconde.
***
Exemplo: Angus
declara
que escoceses não colocam açúcar no mingau, ao
que Lachlan aponta que
ele é um escocês e põe açúcar
no mingau. Furioso, como um “escocês de
verdade”,
Angus berra que nenhum escocês de verdade põe açúcar no
seu
mingau.
***
Exemplo:
Acusado
no Jornal Nacional de corrupção e aceitação de propina,
o
senador disse que devemos ter muito cuidado com o que
ouvimos na mídia,
já que todos sabemos como ela pode não
ser confiável.
***
Exemplo: Ao
discursar
sobre o seu plano para fundamentalmente prejudicar os
direitos
do cidadão, o Líder Supremo falou ao povo que ou
eles estão do lado dos
direitos do cidadão ou contra os
direitos.
***
Exemplo:
A
Palavra do Grande Zorbo é perfeita e infalível. Nós sabemos
disso
porque diz aqui no Grande e Infalível Livro das
Melhores e Mais
Infalíveis Coisas do Zorbo Que São
Definitivamente Verdadeiras e Não
Devem Nunca Serem
Questionadas.20.1) Exemplo
2: O
plano estratégico de marketing é o melhor possível, foi
assinado pelo Diretor Bam-bam-bam.
Exemplo:
O
curandeiro chegou ao vilarejo com a sua carroça cheia de
remédios
completamente naturais, incluindo garrafas de
água pura muito especial.
Ele disse que é natural as
pessoas terem cuidado e desconfiarem de
remédios
“artificiais”, como antibióticos.
***
Exemplo:
José
disse que o seu avô fumava, tipo, 30 cigarros por dia e viveu
até
os 97 anos — então não acredite nessas meta
análises que você lê sobre
estudos metodicamente
corretos provando relações causais entre cigarros
e
expectativa de vida.
***
Exemplo:
Os
fabricantes do bebida gaseificada Cocaçúcar apontam pesquisas
que
mostram que, dos cinco países onde a Cocaçúcar é
mais vendida, três
estão na lista dos dez países mais
saudáveis do mundo, logo, Cocaçúcar é
saudável.
***
Exemplo: Mariana
disse que
a vacinação causou autismo em algumas crianças,
mas o seu estudado
amigo Calebe disse que essa afirmação
já foi derrubada como falsa, com
provas. Uma amiga em
comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez as
vacinas
causem um pouco de autismo, mas não muito.
***
|