quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Quais os benefícios da melhoria contínua?

 

Quais os benefícios da melhoria contínua?

Não importa se a sua empresa está considerando adotar a melhoria contínua como princípio e sistema agora, ou se você deseja motivar ainda mais suas equipes nos atuais esforços de melhoria, aqui estão 10 benefícios que você precisa ter claros ao liderar a melhoria no seu negócio.

1. Abrace o ‘novo normal’

Muitas conversas ​​têm ocorrido sobre ‘o novo normal’ graças ao COVID-19 em 2020 e 2021 e isso se estende além de onde, como e quando trabalhamos.

Na realidade o trabalho evoluiu além das tradicionais jornadas de 9h às 18h, de segunda a sexta-feira. Não apenas trabalhamos em casa com mais frequência, mas também trabalhamos em horários não tradicionais com regimes de trabalho cada vez mais diferentes (parcial, intermitente…)

Essa mudança no padrão de trabalho significa que as empresas devem e estão ajustando a estrutura dos contratos de seus funcionários. Trabalhos em meio período e por projeto (como freelancer, por exemplo) estão se tornando mais frequentes a cada dia.

A melhoria contínua nas rotinas de trabalho da sua empresa é muitas vezes introduzida por diferentes tipos de projetos, que na maioria dos casos ocorrem com grupos de pessoas trabalhando em parte do turno integral. Então, por que não aproveitar as novas opções de trabalho para alavancar a melhoria contínua?

Talentos externos que procuram apenas por um trabalho sazonal podem ser mobilizados para você investir na melhoria contínua de algum ponto específico, aumentando o conjunto de habilidades da sua equipe e introduzindo novos talentos quando e onde for necessário.

2. A voz do cliente

O mundo dos negócios evoluiu significativamente nas últimas décadas. Estamos na era digital onde os clientes estão em primeiro lugar e eles passam um tempo considerável pesquisando antes de fazer uma compra.

Nesse sentido a melhoria contínua coloca corretamente o cliente em primeiro lugar. As métricas de sucesso serão baseadas em indicadores como número de defeitos nos produtos, reclamações, pontuação da satisfação dos clientes (NPS) entre outros.

A voz do cliente está firmemente sendo ouvida e por um bom motivo. Não apenas para informá-lo sobre seu desempenho no dia a dia, mas para alimentar seus novos projetos de desenvolvimento e melhoria de produto.

3. Redução de erros e desperdícios

Ao adotar uma abordagem de melhoria contínua você está assumindo o compromisso de identificar problemas nos processos para limitar a probabilidade de erros.

Esse esforço concentrado significa que há menos probabilidade de você gerar problemas ao produzir seu produto / entregar seu serviço.

Essa redução nas taxas de erro, medida como defeitos por milhão de oportunidades no jargão  Seis Sigma, também reduz os desperdícios.

Conforme você reduz o número de erros em seus processos as consequências são que você se torna mais competente em fornecer uma sólida experiência ao cliente.

Isso significa que você terá menos situações em que desperdiça recursos, como em um erro de impressão que prejudica as relações com o cliente, custa dinheiro em reimpressões e, em casos mais graves, gera esforços de treinamento para reforçar e garantir que a equipe siga os processos.

Atingir a excelência operacional é a meta e a redução de erros e desperdício são os impulsionadores para atingir esse estado dentro de sua empresa

4. Excelência operacional

Com foco em reduzir e eliminar os 8 tipos de desperdícios, tais como transporte e movimentos desnecessários, produtos defeituosos e outros, você vai chegar a um estado de eficiência de processo. Quando essa eficiência de processo for alcançada você pode tentar transferir o novo conhecimento adquirido para outros processos, quando aplicável.

A excelência operacional é alcançada com a implementação dessa abordagem sistemática de medição e melhoria em toda a organização.

5. Imagem da sua marca mais forte

Um benefício natural da melhoria contínua é que a imagem da sua marca (empresa) vai melhorar.

Porque?

Porque ao colocar em prática esforços concentrados para otimizar seus processos e sistemas você fornecerá produtos e serviços de melhor qualidade. E isso levará a menos reclamações de clientes e devoluções de produtos e mais vendas.

6. Clientes mais satisfeitos

O aumento no valor da marca por meio de processos otimizados tem outro efeito, pois você pode alocar recursos (humanos, financeiros e operacionais) antes desperdiçadas para a inovação e a diversificação da sua linha de produtos e serviços. Assim você consegue atender às necessidades atuais e futuras de seus clientes sem precisar investir além do que já investe.

A cultura de melhoria contínua não é apenas sobre a excelência de processos, suas raízes se estendem ao mundo da inovação, capacitando seus funcionários a sugerir ideias e implementá-las, quando apropriado.

Ao ouvir as sugestões da sua equipe você começa a encorajar mais ideias para otimizar e aprimorar seus produtos.

Seja o design do produto, embalagem ou fabricação, sua equipe terá mais orgulho do produto final e isso significa apenas coisas positivas para seus clientes.

7. Aumento do engajamento dos funcionários

Para definir o cenário considere estas estatísticas da Pesquisa do Instituto Gallup em 142 países sobre o Estado Global da Força de Trabalho.:

Apenas 13% dos trabalhadores em todo o mundo estão engajados no trabalho. Ou seja, cerca de um em cada oito trabalhadores – cerca de 180 milhões de funcionários nos países estudados – estão comprometidos psicologicamente com seus empregos e, provavelmente, estão fazendo contribuições positivas para suas organizações.

E o aumento do engajamento tem seus benefícios…

Empresas com alto nível de engajamento dos funcionários são 21% mais lucrativas do que as demais.

A melhoria contínua tem as pessoas como princípio fundamental. Ela é projetada para capacitar os funcionários a identificar e resolver problemas que dificultam seu trabalho diário.

O engajamento dos funcionários é um dos principais benefícios da melhoria continua.

Com a melhoria como uma lente para toda a empresa os funcionários não são mais simplesmente executores, em vez disso, tornam-se centrais para os processos de negócios não apenas para o resultado.

8. Redução da rotatividade de pessoal e seus custos associados

A rotatividade em seu negócio é cara.

Em média o custo de rotatividade de pessoal é de US$30.000,00 - Sodexo, 2020

Quando você considera o impacto financeiro de ter que recrutar, treinar e em seguida recontratar funcionários que não estão engajados ou insatisfeitos, o custo de introduzir melhorias em uma organização é relativamente barato.

Um ambiente de trabalho melhor e uma força de trabalho engajada significam que estes custos cairão inevitavelmente.

Ao capacitar seus colaboradores para trabalhar melhor nas suas equipes e em todas as funções e áreas, por meio de programas de melhoria, você fornece novos desafios e oportunidades de crescimento e realização pessoal para sua equipe.

Se os membros da sua equipe sabem que estão fazendo a diferença, isso fará toda a diferença para a longevidade deles no seu negócio.

9. Funcionários alinhados, apaixonados e em busca de conhecimento

A melhoria contínua atua como a cola que une seus negócios à medida que busca oferecer uma melhor experiência ao cliente.

Cada parte da sua organização contribui para o sucesso e, como tal, significa uma força de trabalho alinhada e apaixonada.

Ao treinar e capacitar sua equipe para contribuir você oferece oportunidades para os buscadores de conhecimento realmente se destacarem.

De forma mais ampla, com objetivos bem definidos, planos comunicados e sistemas fáceis de medir e corrigir o desempenho o seu negócio poderá ir além da zona de conforto.

Otimizar processos e inovar em toda a empresa é uma grande mudança, mas usando as estruturas, ferramentas e pessoas certas, você pode manter e sustentar uma cultura de melhoria contínua.

A adoção dessa abordagem aprimora as habilidades e o conhecimento das suas equipes e garante que sua empresa esteja à frente da concorrência.

10. Aumento dos lucros

A conversa sobre receita foi deixada para o final nesta lista de benefícios, pois há muito mais a ganhar do que lucro, mas ainda é uma vantagem importante que não pode ser deixada de lado.

Se você pode produzir mais produtos com menos esforço e custos e continua a vendê-los isso aumenta seus lucros.

Mas você também pode considerar a adaptação da sua estratégia de preços.

Porque?

Porque se a qualidade do seu produto aumentar, assim como a reputação (imagem) da sua marca, seus consumidores estarão mais propensos a aceitar um aumento de preço. Os benefícios da melhoria contínua são de longo prazo e vão além das medidas monetárias.

O que é gestão de projetos?

 

O que é gestão de projetos?

Somos todos gerentes de projeto em alguns momentos de nossas vidas. Quer seja um empreendimento rápido, como organizar a garagem no fim de semana, ou complexo e demorado como desenvolver um site até o final do ano, são empreendimentos temporários que têm um cronograma definido com metas e objetivos específicos.

Os projetos então são apenas empreendimentos únicos que têm datas de início e término definidas.

As pessoas costumam confundir o trabalho do projeto com o gerenciamento das operações, ou melhor, “trabalho comum”. Confira a o infográfico abaixo para entender as principais diferenças.

Ciclo de vida de gerenciamento de projetos

Todos os projetos passam por uma série de fases – cinco fases, para ser mais exato. Essas etapas também são comumente chamadas de etapas de gerenciamento de projetos.

Descrição: As cinco fases do gerenciamento de projetos ocorrem de forma paralela e interconectada.

As cinco fases do gerenciamento de projetos ocorrem de forma paralela e interconectada.

Fase de iniciação

O estágio de iniciação de um projeto consiste em reunir todo o grupo do projeto – a equipe, suas partes interessadas e outras partes relevantes para definir as metas e os objetivos do projeto, as restrições do cronograma e os processos de gerenciamento do projeto, como a forma de se comunicar e os procedimentos a seguir. Esta também é a fase em que o GP redigirá um Termo de Abertura do Projeto (TAP).

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Exemplo de modelo de Termo de Abertura de Projeto.

Fase de planejamento

Em seguida o trabalho precisa ser dividido em pedaços ou produtos menores (e mais tangíveis) com cronogramas aproximados para completar cada pedaço. Isso pode ser visualizado em um gráfico de Gantt, que é o gráfico mais comumente usado para fins de cronograma no gerenciamento de projetos. Ele pode ser usado para planejamento de projeto, mas é mais adequado para rastrear o andamento de um projeto.

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Seu gráfico de Gantt representará a ordem das tarefas e como elas são interdependentes, o que fornecerá um roteiro do trabalho até a conclusão do projeto.

Descrição: 10 passos para planejar um projeto.

Fase de execução

Após o planejamento é hora de executar o projeto. A fase de execução é quando todo o trabalho é feito.

Fase de monitoramento e controle

Essa fase normalmente ocorre de forma paralela com a execução do projeto, e muitos nem a listam como uma das fases de um projeto, atrelando-a ao momento da execução. Mas aqui vamos considerá-la como mais uma fase.

Durante esta fase você monitorará todo o trabalho para garantir que seu projeto permaneça no caminho certo em termos de todas as suas restrições que discutimos acima. Quando necessário devem ser criadas soluções para os desvios no planejado.

 

Fase de encerramento

Depois que tudo estiver concluído você desejará fazer um termo de encerramento de projeto adequado para entender o que você alcançou, documentar e repassar aprendizados úteis para as equipes certas.

Durante esta fase, as principais partes interessadas aprovarão o projeto e as entregas serão entregues aos clientes e às partes interessadas.

Processos de gerenciamento de projetos

Os processos facilitam o seu projeto ao longo do seu ciclo de vida até que as entregas e os resultados do projeto sejam concluídos. Aqui estão alguns dos processos mais comuns de gerenciamento de projetos.

Gerenciamento do escopo

O escopo do projeto é a soma de todo o trabalho que deve ser feito no projeto. O gerenciamento do escopo está focado em definir e controlar o que deve ser feito no projeto e o que não precisa ser feito.

Os processos de gerenciamento de escopo são usados ​​em todo o ciclo de vida do projeto. Assim que o termo de abertura do projeto for definido o GP começará a gerenciar o escopo do projeto. As etapas finais do projeto são entregar o produto, serviço ou resultado do projeto ao cliente ou às partes interessadas. Resumindo é entregar o escopo.

Gestão do cronograma

O gerenciamento do cronograma (ou gerenciamento do tempo) é o processo de criação, manutenção e comunicação de cronogramas de tempo e recursos. E eles são usados ​​durante a maior parte do ciclo de vida do projeto.

O gerenciamento do cronograma geralmente tem uma abordagem iterativa (ou ágil) porque na maioria dos projetos o cronograma é atualizado ou alterado com frequência e ajuda a garantir que o projeto seja entregue no prazo e com os recursos corretos.

Os processos de gerenciamento do cronograma interagem intimamente entre si e com muitos dos outros processos de gerenciamento de projetos. O gerenciamento do tempo do projeto (cronograma) é uma das três restrições triplas em um projeto – as outras são o escopo e o orçamento (ou recursos).

Gestão do orçamento

Gerenciamento de orçamento (ou gerenciamento de custos) refere-se ao gerenciamento e controle dos custos do projeto.

Ou para ser mais preciso “O gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos no planejamento, estimativa, orçamento, financiamento, gerenciamento e controle de custos para que o projeto possa ser concluído dentro do orçamento aprovado.”

A gestão de custos está intimamente ligada ao sistema de contabilidade financeira da empresa e muitas vezes é adaptada para ser compatível com esse sistema.

Este processo é usado durante a maior parte do ciclo de vida do projeto.

Em algumas organizações o sistema de contabilidade financeira exige que todas as atividades de gerenciamento de custos sejam conduzidas por um departamento ou grupo selecionado. Nesses casos as atividades de gerenciamento de custos do projeto podem ser realizadas por pessoas que não fazem parte da equipe do projeto.

Gerenciamento de equipe

O gerenciamento da equipe do projeto inclui os processos que organizam, gerenciam e lideram a equipe do projeto.

Os processos de gerenciamento de equipe (ou gerenciamento de recursos humanos) orientam toda a equipe do projeto, incluindo os membros da equipe principal, a equipe estendida e quaisquer outros membros da equipe do projeto.

Muitos desses processos devem ser usados ​​com frequência ao longo do ciclo de vida do projeto.

Os membros da equipe mudam, as funções mudam e fatores externos podem influenciar o desempenho e os relacionamentos da equipe interna. Se houver pessoas envolvidas (e sempre há pessoas envolvidas) estes processos se aplicam.

Estes processos são focados na equipe do projeto e nos problemas da equipe. A equipe pode ser pequena e íntima, ou pode ser uma grande equipe multicultural que nunca se encontrou pessoalmente antes.

Em ambos os casos os processos de gerenciamento de equipe devem ser usados, mas a quantidade de tempo e esforço para atingir as saídas do processo e o número de ferramentas e técnicas necessárias podem mudar drasticamente.

Em alguns casos a equipe do projeto, ou parte dela, pode se reportar diretamente ao gerente do projeto. Na maioria dos casos porém, não o fazem e, quando for o caso, o valor desses processos aumenta.

Gerenciamento de riscos

Os processos de gerenciamento de risco orientam o gerente de projeto e a equipe do projeto na identificação, análise, resposta e controle do risco.

Embora o gerenciamento de riscos deva ser praticado em todo o período do projeto a ênfase tende a mudar. No início do projeto existem muitos riscos e incertezas, mas também existem muitas opções para lidar com esses riscos.

Conforme o projeto avança o número de riscos diminui porque coisas que eram incertas tornam-se conhecidas. No entanto a capacidade de responder ao risco e a magnitude do impacto do risco aumentam porque há menos tempo e recursos restantes quando você se aproxima da conclusão do projeto.

Devido à natureza única de um projeto existem incertezas. Há coisas que nunca foram feitas de uma determinada forma, por esta equipe de projeto, para atingir os objetivos deste projeto, neste período de tempo e com estas condições de negócio.

Embora um gerente de projeto normalmente gerencie o processo de gerenciamento de risco ele depende muito dos membros da equipe do projeto, que geralmente são especialistas no assunto, para identificar ameaças e oportunidades.

O gerenciamento de riscos é normalmente uma parte padrão de todas as reuniões da equipe do projeto. Porque embora seja impossível eliminar o risco em um projeto ele pode ser gerenciado.

No início do projeto a ênfase deve ser na identificação de todos os riscos para que um plano de gerenciamento de riscos possa ser colocado em prática que:

Evite ameaças;

Aproveite as oportunidades;

Possua opções de resposta a riscos incorporadas para as ameaças que não podem ser evitadas.

Antes de gerar a linha de base do plano do projeto respostas aos riscos devem ser incluídas para todas as ameaças principais. À medida que o projeto avança a ênfase muda para encontrar avisos antecipados de novos riscos e verificar a eficácia da resposta original ao risco.

Às vezes você ouvirá sobre riscos “conhecidos” e riscos “desconhecidos”.

Os riscos conhecidos são aqueles que identificamos como uma ameaça ou oportunidade, mas a probabilidade de ocorrência é incerta.

Riscos desconhecidos são riscos que ainda não foram identificados.

Em alguns casos uma categoria de risco pode ser identificada, mas o risco específico não será conhecido até que o projeto avance. Os exemplos incluem: atrasos climáticos em um projeto de construção ou bugs de software em um projeto de TI.

Gestão de comunicação

O gerenciamento da comunicação do projeto inclui os processos necessários para garantir o planejamento, coleta, criação, distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento, controle, monitoramento e o descarte final das informações do projeto em tempo hábil e apropriado.

A comunicação está no centro do gerenciamento de projetos. Praticamente tudo que um gerente de projeto faz envolve comunicação. No mundo de hoje existem milhões de maneiras de se comunicar online.

O gerente de projeto deve usar quaisquer tecnologias comumente encontradas entre os membros da equipe do projeto e a comunidade das partes interessadas.

Os gerentes de projeto devem ter habilidade em comunicação escrita e oral, apresentações formais e discussões informais com todos os níveis da organização.

Em alguns projetos o gerente de projeto também precisará ter habilidade para se comunicar com o público e a imprensa. Uma das melhores competências essenciais que um gerente de projeto pode desenvolver são as boas habilidades de comunicação.

Gerenciamento das partes interessadas

O gerenciamento das partes interessadas do projeto inclui os processos necessários para identificar as pessoas, grupos ou organizações que podem impactar ou ser impactadas pelo projeto, para analisar as expectativas das partes interessadas e seu impacto no projeto e desenvolver estratégias de gerenciamento adequadas para envolver efetivamente as partes interessadas no projeto decisões e execução.

O gerenciamento das partes interessadas do projeto está preocupado com a comunicação com as partes interessadas do projeto a fim de compreender e atender às suas necessidades.

As partes interessadas estão envolvidas com o projeto desde o primeiro dia até o último. Diferentes partes interessadas terão um papel mais importante em vários estágios do ciclo de vida do projeto.

Os clientes ou a alta administração irão inicialmente aprovar ou autorizar o projeto, dando início aos processos de gerenciamento do projeto.

Os clientes ou usuários receberão a meta final do projeto próximo ao final do projeto e a alta administração deve estar envolvida com as lições aprendidas e as atividades de encerramento do projeto.

Todo projeto tem partes interessadas.

Embora as partes interessadas possam ser altamente benéficas para um projeto quando fornecem clareza e foco e tomam decisões rápidas elas também podem criar confusão se não estiverem engajadas, não forem claras e tomarem decisões conflitantes.

Eu vi isso acontecer nos dois sentidos.

O gerente de projeto precisa se envolver com todas as principais partes interessadas que influenciam o escopo, os recursos e / ou a aceitação do projeto. Essas principais partes interessadas devem ser bem compreendidas e suas necessidades e preocupações devem ser tratadas da melhor maneira possível, mantendo o projeto dentro de suas restrições. Fazer isso geralmente requer fortes habilidades interpessoais e de comunicação.

 

 

Exemplos de projetos incluem:

Construção um novo site

Abrir ou fechar uma loja ou restaurante

Fazer alterações na empresa para cumprir um nova legislação (por exemplo, para atender a nova Lei Geral de Proteção de Dados)

Organizar um evento (feira, congresso, casamento, aniversário…)

Desenvolvimento e implantação de um software

Projeto de um novo prédio

Resolução um problema da empresa

Apresentação de um novo processo de negócio (por exemplo, uma nova linha de produtos) ou da adoção de uma mudança cultural na organização (por exemplo, a adoção de princípios de Compliance e Governança Corporativa)

Funções no gerenciamento de projetos

Quando falamos sobre gerenciamento de projetos muitas vezes ouvimos sobre o gerente de projeto, mas é claro que ele não é a única pessoa trabalhando no projeto. Aqui estão as várias funções envolvidas em um projeto. Algumas dessas funções se sobrepõem a uma mesma pessoa que usa vários chapéus.

Patrocinador do projeto

O patrocinador do projeto (sponsor em inglês) é responsável pelo resultado ou impacto comercial do projeto. Ela costuma ser um executivo de alto escalão, que tem uma ideia de projeto que beneficiaria seu departamento ou equipe de projeto. Você pode pensar no patrocinador do projeto como o cliente do projeto.

Gerente de projeto (GP)

O gerente de projeto (project manager em inglês) é como o CEO do projeto. Eles são responsáveis ​​por liderar a equipe do projeto, organizar os requisitos do projeto, definir metas específicas e acompanhar o progresso.

Fornecedor

Fornecedores são as pessoas ou organizações que realizam o trabalho real. Eles podem ser uma equipe interna, como a equipe de engenharia, ou podem ser freelancers externos. Normalmente espera-se que entreguem uma ou mais partes do projeto.

Membro da equipe

Um membro da equipe é qualquer pessoa encarregada de concluir uma tarefa do projeto.

Parte interessada

Uma parte interessada (stakeholder em inglês) é uma pessoa ou grupo de pessoas com um interesse ou “participação” no projeto. Eles podem estar diretamente envolvidos no projeto ou podem ser afetados (positivamente ou negativamente) pelo resultado do projeto. Normalmente o GP atualiza as partes interessadas ao longo do ciclo de vida do projeto procurando feedbacks sobre as entregas e o desempenho, ao mesmo tempo que gerencia suas expectativas.

Cliente

Os clientes são as pessoas a quem o projeto é entregue.

Gestão de projetos na prática

Agora que você entende os fundamentos do gerenciamento de projetos vamos mergulhar em como os projetos realmente funcionam.

Restrições do gerenciamento de projeto

Em qualquer projeto haverá restrições concorrentes disputando a atenção do GP. É função do GP conciliar as necessidades destas restrições com os desejos das partes interessadas e os objetivos gerais do projeto.

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O gerente de projetos precisa balancear as restrições do projeto.

Restrições triplas

Existem três restrições principais conhecidas como “restrições triplas”.

Custo / Recursos

Este é o orçamento aprovado para o projeto ou os recursos do negócio alocados para o projeto. Cobre todas as despesas necessárias para a entrega do projeto. Um bom GP certifica-se de não gastar demais, mas também de não gastar menos. Muitos projetos têm uma cláusula “use ou perca” o que significa que você deve gastar tudo em um determinado período de tempo ou perder o saldo restante.

Escopo / Qualidade

Qualquer objetivo do projeto compõe o escopo do projeto. Em outras palavras, o escopo é o propósito ou razão por trás do projeto. Qualidade refere-se aos padrões e critérios que o escopo do projeto deve atender para que o resultado seja executado de forma eficaz. O produto deve fornecer a funcionalidade esperada, resolver o problema identificado e entregar os benefícios e valor esperados.

Cronograma / Tempo

Um projeto tem uma data de início e uma data de término – um período de tempo fixo. A organização espera que o projeto seja concluído no prazo e previu que o benefício da conclusão do projeto estará disponível em uma determinada data. Frequentemente essas datas de conclusão estão vinculadas a marcos externos ou a eventos que não podem ser movidos. Algumas das atividades do projeto podem ser realizadas em paralelo, mas algumas devem ser realizadas sequencialmente. O gerente de projeto e a equipe devem determinar o melhor momento e a sequência para concluir o projeto. Isso será descrito no plano de gerenciamento do projeto e frequentemente envolverá o uso de um gráfico de Gantt .

Restrições Adicionais

Risco

O que poderia dar errado se certos eventos externos ocorressem? Esses são seus riscos. Qual é a probabilidade do evento ocorrer? E qual o impacto que isso poderia ter no projeto? Se a probabilidade for muito alta você deve ser proativo e criar um plano para gerenciar o risco.

Conformidade legal

A condução de alguns projetos é governada por regulamentos e procedimentos governamentais, industriais ou organizacionais. Esses procedimentos limitam as opções disponíveis para o gerente e a equipe do projeto. Desvios desses procedimentos podem ter consequências terríveis para os órgãos reguladores. 

Comunicação

A menos que você esteja fazendo aquele pequeno projeto para si mesmo, como limpar a garagem, haverá outros membros da equipe, fornecedores, partes interessadas e clientes envolvidos. Quanto mais pessoas e organizações estiverem envolvidas mais difícil será manter direções claras e gerenciar as expectativas. Isso se torna exponencialmente mais difícil quando há membros da equipe do projeto localizados em vários locais ou que falam idiomas diferentes. 

Todas as restrições são dependentes umas das outras

Vamos fingir que um dos principais interessados no projeto ​​deseja adicionar funcionalidade ao site que sua equipe é responsável por construir. Essa funcionalidade está fora do escopo original do projeto o que provavelmente significa que você precisará de mais tempo e recursos para fazê-lo.

Por outro lado, se o orçamento do projeto foi cortado você provavelmente precisará remover itens do escopo original. O que significa que você precisa comunicar o novo plano do projeto, mudar as expectativas e examinar os riscos adicionados pela exclusão do trabalho.

Metodologias de gerenciamento de projetos

Uma metodologia de gerenciamento de projetos é “um sistema de práticas, técnicas, procedimentos e regras usadas por aqueles que trabalham em uma disciplina”.

Uma metodologia, ou um sistema de gerenciamento de projetos, ajuda aqueles na organização envolvidos com projetos a saber o que esperar. A definição de melhores práticas e modelos normalmente irá acelerar um projeto e melhorar sua qualidade geral.

Uma metodologia de gerenciamento de projetos é criada por uma organização para estabelecer um padrão para um tipo de projeto. Se o seu projeto se encaixa nesse tipo você deve seguir o padrão ou metodologia.

Esse gerenciamento é tão fundamental que conta com instituições de referência, como o PMI (Project Management Institute), que elabora normas com o padrão PMBOK (Project Management Body of Knowledge), utilizado em todo o país. As padronizações foram baseadas em estudos aprofundados e ajudam as corporações e seus respectivos gestores a organizarem melhor seus projetos.

Como desenvolver uma metodologia de gerenciamento de projetos

Para desenvolver uma metodologia considere as práticas recomendadas do setor para o tipo de projeto que você está gerenciando. Além disso veja exemplos desse tipo de projeto que funcionou bem em sua organização anteriormente.

Não adote automaticamente as melhores práticas publicadas em livros ou blogs. Você deve usar o bom senso porque existe uma cultura que deve acompanhar qualquer metodologia para que ela seja bem-sucedida.

Se a sua organização tem uma cultura “baseada no herói” não adote uma metodologia que exija uma disciplina de processo rígida. Se a sua cultura é orientada por dados conte com abordagens analíticas de gerenciamento de projetos, não aquelas que exijam muitas reuniões e colaboração da equipe.

Para que uma metodologia seja bem-sucedida a alta administração deve entender a metodologia e como eles estão envolvidos com os projetos.

Os gerentes seniores que rotineiramente orientam as equipes de projeto a fazer coisas que violam a metodologia garantirão que ela não seja seguida. Se a alta administração quiser mudar a metodologia mude-a.

É melhor ter uma metodologia imperfeita que seja seguida do que nenhuma metodologia.

Diferentes metodologias de gestão de projetos

Existem muitas metodologias e estruturas de gerenciamento de projetos concebidas para gerenciar um projeto. Estes são alguns dos mais populares:

Gerenciamento de projetos em cascata: uma metodologia tradicional que é sequencial e focada nos requisitos, com cada etapa do projeto concluída antes de passar para a próxima.

Gerenciamento ágil de projetos: um framework que prefere uma forma mais rápida e flexível de trabalhar, ao invés de cascata. É iterativo e incremental em resposta às mudanças de requisitos.

Scrum: Uma abordagem usada no gerenciamento ágil de projetos, que se concentra em equipes, reuniões diárias e sprints, que são iterações curtas de trabalho.

PRINCE2: Significa Projetos em Ambientes Controlados e é a metodologia oficial para projetos governamentais no Reino Unido. É baseado em sete princípios, temas e processos.

Project Model Canvas: Também é uma das metodologias de gerenciamento de projeto mais conhecidas e utilizadas. Essa metodologia propõe a substituição de toda a documentação, projetos e demais papéis por uma folha A4 e alguns post-its.

Lean: Lean é o que você pensaria do nome: uma maneira de cortar desperdícios e, assim, aumentar o valor. Portanto, o Lean foca nos processos-chave para ter um impacto positivo contínuo no valor. Ele faz isso otimizando tecnologias, ativos e verticais separados.

Independentemente do tipo de gerenciamento de projeto usado, um gerente de projeto normalmente está envolvido para garantir que tudo corra bem e que a metodologia acordada esteja sendo seguida corretamente.

PMBOK

O PMBOK não pode ser considerado uma metodologia, mas sim um guia com as melhores práticas em gestão de projetos, elaborada pelo PMI. Hoje, pode-se dizer que o PMBOK é considerado a “Bíblia da gestão de projetos”.

O documento é dividido em 10 áreas de conhecimento, permitindo aos gestores planejar, executar e controlar todos os pontos relativos a um empreendimento. É válido dizer que o PMBOK é uma das metodologias de gerenciamento de projetos mais utilizada em todo o mundo, principalmente pelo fato de as melhores práticas serem genéricas, ou seja, se adaptarem a qualquer tipo de projeto.

Não podemos deixar de mencionar que esse guia descreve o ciclo de vida de um projeto de forma completa. Além disso, utiliza-se de normas, processos, técnicas e métodos consolidados em inúmeras áreas, garantindo uma gestão eficaz, estratégica e de resultados.

As 10 áreas de conhecimento do PMBOK são:

Gerenciamento de integração.

Gerenciamento do escopo.

Gerenciamento do tempo.

Gerenciamento de custos.

Gerenciamento da qualidade.

Gerenciamento de recursos humanos.

Gerenciamento de comunicações.

Gerenciamento de riscos.

Gerenciamento das aquisições.

Stakeholders.

A seguir detalhamos as duas metodologias mais conhecidas e usadas (tradicional e ágil, exemplificando e comparando-as).

Metodologia de gestão de projetos cascata (tradicional ou sequencial)

Uma das metodologias de gerenciamento de projeto mais tradicionais é a metodologia cascata (ou sequencial). O modelo cascata, utilizado desde a Segunda Guerra Mundial, possui este nome exatamente em analogia às cascatas de uma cachoeira, onde todo o fluxo de atividades é sequencial-linear, ou seja, segue uma lógica de um nível alto para um nível mais baixo. Neste modelo é necessário que uma fase termine para que outra possa ser iniciada e todos os processos precisam estar bem documentados para uma execução efetiva.

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O modelo em cascata  é um processo de design sequencial (não iterativo), no qual o progresso é visto como fluindo continuamente para baixo (como uma cachoeira) através das fases de concepção, iniciação, análise, design, construção, teste, produção / implementação e manutenção.

Isso significa que os membros da equipe não podem passar para a próxima etapa do processo até que a etapa anterior seja concluída. Como esse processo segue em uma ordem específica os membros da equipe não podem voltar a uma etapa anterior sem começar do zero, o que significa que não há espaço para erros ou alterações.

O modelo em cascata não permite alterações ou erros; portanto, os gerentes de projeto devem planejar extensivamente no início e, em seguida, seguir o plano cuidadosamente.

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Vantagens em cascata

Como a abordagem em cascata requer manutenção de registros detalhados projetos futuros podem ser melhorados.

Tudo é cristalino para o cliente desde o início. Eles sabem exatamente o que vão receber e por quanto.

Graças à forte documentação do waterfall você não precisa se preocupar com a rotatividade de funcionários que pode arruinar um projeto.

Mais fácil de gerenciar.

Desvantagens da cachoeira

Os membros da equipe não podem voltar a um estágio anterior uma vez que uma fase foi concluída.

Como essa metodologia depende muito dos requisitos iniciais se os requisitos forem ruins em qualquer aspecto o projeto irá falhar.

Se um erro de requisito for detectado ou uma mudança deve acontece, o projeto deve começar do zero.

O projeto inteiro não é testado até o final.

Este método não leva em consideração as necessidades em evolução do cliente. E se um cliente perceber que precisa de mais recursos do que pensava inicialmente? O projeto será entregue com atraso e aumentará o orçamento.

Leva mais tempo.

Quando você deve usar a abordagem em cascata?

Quando você tem uma imagem muito clara do que é o produto final.

Quando os clientes não podem alterar o escopo do projeto, uma vez que o projeto começa.

Quando a velocidade não é a chave para o sucesso do projeto.

Metodologia de gestão de projetos ágil

A abordagem ágil tem se tornado cada vez mais popular como uma solução para as desvantagens da metodologia em cascata. Essa abordagem favorece um processo incremental e iterativo, em oposição a um sequencial.

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Lógica de aplicação da metodologia de gestão de projetos ágeis (SCRUM).

Em vez de extenso planejamento e design antecipado as metodologias ágeis  permitem a mudança de requisitos ao longo do tempo usando equipes multifuncionais – incorporando planejadores, designers, desenvolvedores e testadores – que trabalham em iterações sucessivas do projeto em períodos de tempo fixos. O trabalho é organizado em um backlog (lista de ações a fazer) que é priorizado na ordem de prioridade exata com base no valor do negócio (ou usuário).

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Vantagens agile

Essa abordagem permite que mudanças sejam feitas após a fase inicial de planejamento.

É mais fácil adicionar recursos para que você possa se manter atualizado em seu setor.

Os ciclos curtos de feedback garantem que você não está construindo algo que as pessoas não desejam.

Como o teste é conduzido no final de cada sprint, os bugs são corrigidos antes do final do projeto.

Como os projetos ágeis são tão bem testados o projeto pode ser lançado ao final de qualquer ciclo tornando mais provável que atinja sua data de lançamento.

Desvantagens agile

Se um gerente de projeto deficiente está no comando o projeto pode se tornar uma série de muitos sprints curtos, fazendo com que o projeto chegue atrasado e ultrapasse o orçamento.

No início de um grande projeto pode ser difícil avaliar o esforço e os recursos necessários antecipadamente.

Como o projeto não tem um plano definitivo o projeto final pode ser muito diferente do que se pretendia inicialmente.

Quando você deve usar a metodologia ágil?

Quando a velocidade supera a qualidade.

Quando os clientes desejam alterar o escopo do projeto.

Quando não há entrega perfeitamente definida.

Quando você tem uma equipe competente, flexível e capaz de pensar de forma independente.

Quando o projeto é para uma indústria em rápida mudança.

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Comparação das abordagens de Gestão de Projetos Tradicionais (Cascata) e Ágeis.

Empregos e trabalhos em gestão de projetos

Conforme mencionado no início deste post os empregos em gestão de projetos estão em alta demanda, com poucos candidatos qualificados para preenchê-los. Para candidatos qualificados as funções de gerenciamento de projetos estão disponíveis em quase todos os setores, permitindo que você siga uma carreira em um campo que mais lhe interessa.

 

Vamos dar uma olhada em como você pode ganhar experiência em gerenciamento de projetos, os empregos disponíveis e como obter a certificação pode render a você um salário mais alto.

 

Como adquirir experiência em gestão de projetos

Ganhar experiência relevante em gerenciamento de projetos é crucial para subir na carreira e passar de cargos de nível inicial e intermediário para cargos de nível sênior e de gestão.

 

Você pode obter experiência em gerenciamento de projetos de várias maneiras e não precisa ter o título de “gerente de projetos” para fazer isso. Aqui estão algumas maneiras pelas quais você pode obter alguma experiência:

 

Participe como parte de uma equipe de projeto no trabalho

Os membros da equipe do projeto ganham experiência inestimável e exposição a todos os aspectos do gerenciamento de projetos, da pesquisa ao planejamento e à conclusão das entregas. Você já pode ser um membro da equipe do projeto em sua organização sem o reconhecimento formal. Caso contrário pergunte se você pode participar e comparecer às reuniões de um projeto relevante para a sua função para ganhar alguma experiência.

 

Seja voluntário em uma instituição de caridade ou ONG

Dedicar seu tempo e experiência como parte de um esforço comunitário ou sem fins lucrativos é uma ótima maneira de aumentar sua experiência em gerenciamento de projetos, especialmente se sua função atual no trabalho não permitir essa oportunidade. Ter essa experiência não só pode lhe ensinar lições valiosas de gerenciamento de projetos, mas também parece atraente em seu currículo.

 

Crie e execute seus próprios projetos

Se você puder identificar oportunidades de melhoria em seu departamento ou grupos comunitários tome a iniciativa de apresentar o problema e peça para liderar o projeto. Você pode começar pequeno, implementando uma melhoria em um processo ou coordenando um evento. Além da experiência que você vai ganhar você também está demonstrando a seus gerentes e superiores que tem interesse em assumir mais responsabilidades e avançar na organização.

 

Fases da experiência em gerenciamento de projetos

O PMI descreve cinco fases de processo da experiência em gerenciamento de projetos: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento. Você pode se lembrar de algumas dessas fases anteriores, quando cobrimos o ciclo de vida do gerenciamento de projetos.

 

Se você está planejando obter a certificação sua experiência se alinhará a essas fases. Você pode ter mais experiência em uma área do que em outra e isso é completamente normal.

 

As fases da experiência em gerenciamento de projetos podem ser divididas da seguinte forma:

 

Iniciação

Definir um projeto em seu nível mais amplo, geralmente com um caso de negócios (business case) ou Termo de Abertura do Projeto (TAP)

Pesquisar a viabilidade – vale a pena empreender? Precisa de pesquisas adicionais?

Obtendo a luz verde dos principais interessados

Planejamento

Desenvolvendo um roteiro do projeto (Plano de Projeto): identificar os custos, qualidade, recursos disponíveis e um cronograma

Criação de metas SMART

Estabelecendo linhas de base e indicadores

Definir claramente funções e responsabilidades

Execução

Criação e conclusão das entregas do projeto

Atribuição de recursos

Compras

Reuniões de status

Desenvolvimento de equipe

Rastreamento e medição

Modificando os planos do projeto conforme necessário

Monitoramento e controle

Usando os indicadores-chave (KPIs) para rastrear o sucesso do projeto.

Medir se o projeto permaneceu dentro do cronograma e orçamento

Verificação de qualidade dos resultados

Encerramento

Reconhecendo membros valiosos da equipe

Aprendendo com os sucessos e desafios que o projeto trouxe

Documentar e preparar um relatório final

A documentação é uma parte importante para ganhar experiência em gerenciamento de projetos. Isso não apenas permite que você reflita sobre seus anos de trabalho árduo e traçar estratégias para o futuro, mas também é vital se você pretende se inscrever para uma certificação como CAPM® ou PMP® . O PMI audita uma porcentagem selecionada de participantes do teste, o que significa que você precisará obter assinaturas dos líderes de projeto certificando que você dedicou o número de horas ao trabalho que declarou ter feito.

Salários na gestão de projeto

Alguns consideram o gerenciamento de projetos um treinamento do CEO. Ambas as funções exigem habilidades semelhantes e enfrentam desafios semelhantes como gerenciar orçamentos e trabalhar em estreita colaboração com as partes interessadas.

E os dois papéis podem ser bastante lucrativos. Vamos dar uma olhada em como os salários de gerenciamento de projetos variam por setor, localização e certificação.

 

Cargos de gerenciamento de projetos por setor

De acordo com a pesquisa de salário médio de gerenciamento de projetos do PMI os setores mais bem pagos (em valor anual) para gerenciamento de projetos no Brasil são:

Empregos de gerenciamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento – R$ 178.500,00

Trabalhos de gerenciamento de projetos de engenharia – R$ 168.441,00

Trabalhos de consultoria em gerenciamento de projetos – R$ 150.000,00

Empregos de gerenciamento de projetos de Tecnologia da Informação – R$ 148.500,00

Trabalhos de gerenciamento de projetos em operações/produção – R$ 148.250,00

Observe que os salários variam de país para país. As estatísticas estão disponíveis para outros países aqui .

É importante observar, porém, que não importa o setor em que você trabalha obter uma certificação mostra aos empregadores que você tem as habilidades e a experiência para ser considerado para cargos de gestão, liderança e salários mais altos.

Os países onde os profissionais de gerenciamento de projetos relatam os maiores salários médios são Suíça (US$ 130.996,00), Estados Unidos (US$ 112.000,00) e Austrália (US$ 108.593,00). Os salários variam de cidade para cidade também, por isso é importante levar em consideração o custo de vida ao decidir onde conseguir um emprego.

Trabalhos de gerenciamento de projetos por certificação

A mesma pesquisa do PMI descobriu que os titulares de PMP® certificados ganham um salário médio de US$ 119.235 em comparação com US$ 99.070 para seus homólogos não certificados – isso é quase um aumento de 20%. No entanto o aumento médio do salário pode variar dependendo da função, do setor e da empresa.

A oferta e a demanda também desempenham um papel importante no seu salário pós-certificação. Os entrevistados da pesquisa do PMI na África do Sul e no Equador ganham, respectivamente, impressionantes 58% e 53% a mais depois de serem certificados. Como em outros empregos os salários médios também aumentam com a estabilidade.

 

O Diagrama de Ishikawa

 

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito ou espinha de peixe é uma ferramenta utilizada para a análise de dispersões no processo. O nome Ishikawa tem origem no seu criador, Kaoru Ishikawa que desenvolveu a ferramenta através de uma ideia básica: Fazer as pessoas pensarem sobre causas e razões possíveis que fazem com que um problema ocorra.

Para montar o diagrama de Ishikawa, faz parte do procedimento reunir as pessoas em time para realizar um brainstorming (tempestade de idéias) de forma a levantar as causas raízes que originam um problema. Em virtude desta função, o diagrama de Ishikawa também pode ser denominado como diagrama de causa e efeito. O diagrama, quando elaborado, assemelha-se a uma espinha-de-peixe, motivo pelo qual ele também é conhecido por este nome.

O diagrama de Ishikawa é uma das 7 ferramenta da qualidade utilizada para o gerenciamento do controle de qualidade e sua composição leva em consideração de que as causas do problemas podem ser classificadas em 6 tipos diferentes de causas principais que afetam os processos (Método, Máquina, Medida, Meio Ambiente, Mão-de-Obra, Material). Justamente pelo motivo da denominação das 6 causas principais iniciarem com a letra M, também pode ser chamado de 6M’s. Podemos visualizar isto na Figura 1 abaixo:

Diagrama causa e efeito diagrama de Ishikawa espinha de peixe modelo

Vejamos então o significado de cada M:

Método – É método utilizado para executar o trabalho ou um procedimento.

Matéria-prima – A matéria prima utilizada no trabalho que pode ser a causa de problemas.

Mão de Obra – A pressa, imprudência ou mesmo a falta de qualificação da mão de obra podem ser a causa de muitos problemas.

Máquinas – Muitos problemas são derivados de falhas de máquinas. Isto pode ser causado por falta de manutenção regular ou mesmo se for operacionalizada de forma inadequada.

Medida – Qualquer decisão tomada anteriormente pode alterar o processo e ser a causa do problema.

Meio Ambiente – O ambiente pode favorecer a ocorrências de problemas, está relacionada neste contexto a poluição, poeira, calor, falta de espaço, etc.

Existe ainda um sétimo M que tem o origem na palavra em inglês Management que por sua vez está relacionado à gestão. Importante ressaltar que nem todos os M’s necessariamente devem ser utilizados, pois em alguns casos, certos Ms podem não ser aplicáveis. A ideia de tentar “encaixar” todos os M’s seria permitir à equipe pensar em todas as possibilidades e visualizar outros fatores que podem impactar no problema. Isto evita com que o time fique focado somente em uma causa principal.

Como exemplo, seria a situação em que um brainstorming é executado somente por pessoas com experiência em manutenção de máquinas, que naturalmente tenderia a fazer com que a equipe pensasse somente em causas relacionadas a máquina, se não utilizado o diagrama de Ishikawa.

1 – Como se faz um Diagrama de Ishikawa

1.1 Definir o problema

O primeiro passo é definir um problema. Para tanto, evite ser genérico na definição do problema, prefira definir o problema de forma objetiva e em termos de qualidade que possa ser mensurável.

1.2 – Criar a espinha de peixe e marcar o problema que será analisado;

Faça um traço na horizontal e marque a direita deste traço o problema que foi definido, em perpendicular a este traço, aplique os 6Ms.

1.3 – Reúna a equipe

Este é o momento de gerar um brainstorm sobre o problema levando em consideração a estrutura dos 6Ms. É interessante participar deste brainstorming pessoas que estão relacionadas com o problema e de outras áreas, com diferentes perspectivas que agregam valor neste momento.

1.4 – Analise as causas e fatores atrelados a estas e planeje ações

Faça uma análise das causas de forma a detectar causas que impactam mais no problema e quais seriam as soluções propostas. Após isto, planeje um plano de ações definindo os responsáveis e o prazo para cada ação.

5 – Exemplo Prático de Diagrama

Descrição: https://i.ytimg.com/vi/iVl9yEmlyRs/hqdefault.jpg

Utilizando um exemplo prático, vamos analisar o caso de uma pessoa que chega atrasada no trabalho. Sendo assim, traçamos a linha central apontando para o problema (Atraso no Trabalho). Depois levantamos as causas principais e em torno das causas principais, fazemos o levantamento das  sub-causas. Veja na Figura 2 abaixo como ficaram as causas e sub-causas mapeadas:

Descrição: diagrama cauxa e efeito diagrama de ishikawa espinha de peixe exemplo

Benefícios do Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa apresenta visualmente e graficamente as causas potenciais dos problemas ocorridos e seus efeitos que impactam diretamente na qualidade do que é produzido. Esta praticidade na leitura facilita o entendimento do processo do ponto de vista do trabalhador da empresa. Além disto, o diagrama de Ishikawa é uma ferramenta que contribui para o aperfeiçoamento do processo, reunindo a equipe e promovendo uma bateria de discussões em torno dela.

O digrama de Ishikawa é uma ferramenta que pode ser adotada para elevar o nível de compreensão das pessoas que afetarão nas decisões tomadas para as soluções de problemas, visto que através dela é possível detalhar as causas das causas dos problemas até chegar numa causa raiz.

Alguns outros benefícios que podemos citar utilizando esta ferramenta são:

Obtenção de diferentes opiniões a partir de um time de trabalho;

Fácil de aplicar;

Pouco esforço na prática;

Melhor entendimento das causas e efeitos

 

Quais são as 5 forças de Porter?

Quais são as 5 forças de Porter?

Ameaça de produtos substitutos. É quando o concorrente desenvolve um produto ou serviço que pode tomar o lugar de algo já existente. ...

Ameaça de entrada de novos concorrentes. ...

Poder de negociação dos clientes. ...

Poder de negociação dos fornecedores. ...

Rivalidade entre os concorrentes.

As 5 forças de Porter: quais são elas e como entender o conjunto de fatores que influenciam no sucesso do seu negócio?

As 5 Forças de Porter são um framework de análise setorial que permite entender o nível de competitividade de um mercado. O modelo apresenta os atores envolvidos (concorrentes, fornecedores, compradores, novos entrantes e substitutos), como eles se relacionam e como influenciam o sucesso dos negócios.

Entender a competitividade do mercado é essencial para definir as melhores estratégias de marketing. Afinal, você precisa entender o cenário em que está atuando, quais atores estão envolvidos e como eles influenciam no sucesso do seu negócio.

Para isso, existe um modelo de análise que ajuda a entender as forças competitivas que existem no seu setor de atuação: as 5 Forças de Porter.

Trata-se de um framework criado por Michael Porter na década de 1970, que ainda hoje é estudado nas aulas de administração e marketing e utilizado pelas empresas no planejamento de estratégias.

O modelo permite fazer uma análise setorial dos principais concorrentes, atores e forças que se relacionam dentro de um mercado.

Agora, se você quer aprender o que são as 5 Forças de Porter e como aplicar esse framework no seu negócio, fique com a gente. Vamos ver todos os detalhes para você entender:

O que são as 5 Forças de Porter?

Por que usar o modelo de Porter?

Quais são as 5 Forças de Porter?

Como aplicar as 5 Forças de Porter na prática

Exemplos das 5 Forças de Porter

O que são as 5 Forças de Porter?

As 5 Forças de Porter são um framework de análise das forças competitivas que dinamizam um setor de negócios. São elas:

Rivalidade entre concorrentes;

Poder de barganha dos fornecedores;

Poder de barganha dos compradores;

Ameaça de novos entrantes;

Ameaça de produtos ou serviços substitutos.

O modelo foi criado em 1979 por Michael Porter, professor da Harvard Business School. Naquele ano, publicou um artigo na revista de Harvard que apresentou suas ideias: “Como as forças competitivas moldam a estratégia”.

As cinco forças competitivas foram resumidas no seguinte diagrama:

Descrição: Diagrama das Forças de Porter

Segundo o autor, lidar com a concorrência está no centro de uma estratégia de negócio. Afinal, as empresas estão no mercado disputando a atenção, o interesse e o bolso do consumidor.

Porém, é comum que as empresas tenham uma visão míope sobre quem são seus concorrentes. Para Porter, a concorrência de um setor não se manifesta apenas nos concorrentes, mas também em outros atores que tensionam forças no mercado.

Portanto, o nível de competitividade de um setor seria determinado pelo conjunto de todas as forças, que impactam no sucesso e no potencial de lucro de um negócio. Quanto mais fracas são as forças coletivamente, maiores são as chances de um bom desempenho.

Porter também entende que as empresas costumam se dedicar às análises do macroambiente, como as forças sociais e econômicas, mas que o aspecto principal do ambiente externo é o setor em que ela compete (microambiente).

Ali estão as forças que impactam diretamente no negócio e que, embora não sejam totalmente controláveis, podem ser influenciadas mais de perto por ele. O macroambiente, por sua vez, está distante e é praticamente incontrolável.

Por isso, as empresas precisam conhecer essas forças para planejar suas estratégias de marketing. As 5 Forças de Porter ajudam a mapear o setor, identificar as tendências e criar cenários futuros em que a empresa se defenda das forças e se destaque no mercado.

Por que usar o modelo de Porter?

Muitas vezes, na análise competitiva, olhamos apenas para os concorrentes diretos, que vendem o mesmo produto e miram no mesmo público que a empresa. Porém, Porter mostra que a competitividade de um mercado vai além disso.

E se existe um produto prestes a ser lançado no mercado que pode substituir o que você vende hoje? E se os clientes aumentarem o seu poder de barganha quando tiverem novas opções de compra além do seu negócio?

Esses são exemplos de fatores que influenciam no seu desempenho. E a empresa precisa estar preparada para enfrentar essas forças.

As 5 Forças de Porter mostram que existem muitas outras forças além da rivalidade entre os concorrentes. Por isso, é importante adotar esse modelo para mapear todos os fatores setoriais que impactam na empresa.

Ao identificar essas forças na indústria, a empresa pode se preparar para se defender ou influenciá-las a seu favor. A intenção é encontrar uma posição estratégica na indústria que fortaleça o negócio no cenário de competitividade.

Portanto, a análise setorial é também um embasamento necessário para definir a estratégia competitiva da empresa, ou seja, como ela vai enfrentar as forças do mercado e definir seu posicionamento estratégico.

Quais são as 5 Forças de Porter?

Agora, vamos conhecer melhor cada força que atua em um setor de negócios. Antes, é importante entender o que é um setor: um grupo de empresas independentes que oferecem o mesmo produto, ou seja, cujos produtos podem ser substituídos entre si.

Podemos citar como exemplo o setor de transporte por aplicativo, por exemplo, que tem o Uber, o Cabify e o 99 como principais atuantes no Brasil. Outro exemplo é a indústria de calçados de couro, muito mais pulverizada no país.

Você já consegue identificar qual é o seu setor de atuação? Então, vamos ver agora quais são as forças que você deve analisar na sua indústria:

Força 1: rivalidade entre concorrentes

A rivalidade entre os concorrentes tende a ser a primeira força que percebemos quando fazemos a análise externa. Os concorrentes geralmente estão na mira das empresas, porque têm grande influência na sua capacidade de atrair novos clientes e ganhar market share.

Diante das opções do mercado, os consumidores podem optar por uma ou outra opção, dependendo do preço e do benefício que as empresas oferecem. Portanto, existe sempre uma disputa pelo consumidor entre os competidores de um setor.

O nível de concorrência é influenciado por diversos fatores. Estes são os principais fatores que aumentam a rivalidade entre os players:

Concorrentes numerosos e semelhantes em tamanho e potência;

Crescimento lento da indústria;

Produtos muito semelhantes, sem diferenciação;

Custos fixos ou de armazenamento altos;

Barreiras de saída elevadas, como custos fixos de saída, barreiras emocionais e restrições governamentais.

Esses fatores tendem a levar as empresas a baixar os preços para manter sua competitividade. Se o consumidor não percebe diferenciação, se os custos são altos, se é difícil sair do mercado, elas se mantêm competindo pelo preço para atrair clientes, mesmo que possam ter retornos baixos por isso.

Por outro lado, se houver menos rivalidade no seu setor (com menos concorrentes ou produtos mais diferenciados, por exemplo), é mais fácil obter lucro. Você pode praticar preços mais altos, porque o consumidor tem menos opções para escolher e menos poder de barganha.

Pense, por exemplo, no setor de varejo de moda no Brasil. Existem inúmeras empresas no mercado, com ofertas muito parecidas, como Renner, C&A e Riachuelo, falando apenas dos maiores players. Então, o consumidor tem diversas opções para escolher e não percebe uma grande diferenciação entre elas. Por isso, a competitividade é grande.

Diante desse cenário competitivo, a Renner buscou se destacar no mercado ao investir na diferenciação, com marcas próprias divididas por lifestyles. Essa mudança, ocorrida em 2002, aproximou o consumidor da marca e melhorou sua experiência de compra. Dessa maneira, a marca conseguiu aumentar a fidelidade do cliente.

Força 2: poder de barganha dos fornecedores

O poder de barganha dos fornecedores determina o quanto a sua posição no mercado fica nas mãos de quem fornece matéria-prima e mercadorias.

Dependendo da sua força no setor, os fornecedores podem aumentar os preços ou reduzir a qualidade do que oferecem e pressionar a rentabilidade das empresas — ou elas aumentam o preço final ao consumidor, ou reduzem seus ganhos. Fornecedores sempre querem vender mais, com os menores custos e os preços mais altos.

O poder de barganha dos fornecedores do setor depende de uma série de circunstâncias. Eles se tornam mais fortes quando:

são poucos e vendem para muitos compradores;

não concorrem contra produtos substitutos;

o setor não é essencial para os fornecedores;

sua mercadoria é um insumo importante para os compradores;

sua mercadoria é diferenciada e gera custos de mudança aos compradores;

são uma ameaça de integração para frente (podem passar a produzir o que o comprador vende).

Nesses casos, os fornecedores têm maior poder de barganha, porque perder o cliente não vai significar um grande impacto para o seu negócio. Por outro lado, se o comprador perder o produto do fornecedor, vai sentir o impacto na qualidade dos seus produtos e nas vendas.

Ao vender para pequenas mercearias, por exemplo, os fornecedores de alimentos têm maior poder de barganha, porque são essenciais à sobrevivência daquele negócio.

Porém, quando vendem para grandes supermercados, como Grupo Pão de Açúcar e Grupo Big (antigo Walmart Brasil), diminuem seu poder de barganha, porque representam uma parte ínfima das vendas do seu comprador e podem ser substituídos por outras marcas.

Força 3: poder de barganha dos compradores

O poder de barganha dos compradores ou clientes é mais uma força que atua no setor e determina o seu nível de competitividade.

Quanto maior for o poder de barganha dos clientes, mais eles podem pressionar os vendedores a baixarem o preço ou aumentarem a qualidade do seu produto.

Os clientes sempre querem comprar mais, mas pagar menos. Assim, eles jogam os concorrentes uns contra os outros na disputa pelo mercado.

Os compradores aumentam seu poder de barganha quando:

são poucos e compram grandes volumes;

os produtos que compram são padronizados ou sem diferenciação;

os produtos que compram representam parcela significativa dos seus custos;

os custos de mudança de fornecedor são baixos;

têm lucros baixos;

o produto não é importante para a qualidade dos produtos dos compradores;

os produtos não ajudam o comprador a economizar;

são uma ameaça concreta de integração para trás (podem passar a fazer o que o fornecedor faz).

Nesses casos, os compradores tendem a querer negociar mais para baixar os preços ou podem migrar para outros fornecedores sem que isso impacte na sua vida ou no seu negócio.

Pessoas que compram computadores para uso pessoal costumam ter pouco poder de barganha nas lojas, não é? Porém, se uma empresa quer comprar uma grande quantidade de dispositivos, ela consegue negociar preços mais vantajosos.

Isso acontece por causa da compra em volume, do custo significativo para o comprador, da padronização do produto e das diversas opções no mercado.

Esse poder de barganha também varia conforme o perfil dos compradores. A sensibilidade ao preço, por exemplo, está relacionada ao quanto representa na sua renda, enquanto a exigência de qualidade está relacionada ao nível de conhecimento do comprador.

Portanto, a competitividade também tem a ver com o grupo de consumidores a quem você decide vender — ou seja, com a definição do público-alvo.

Força 4: ameaça de novos entrantes

Novos entrantes podem causar uma agitação no mercado. Eles chegam com força, novidades para mostrar, grandes investimentos e desejo de ganhar participação de mercado. Só que, para novos concorrentes entrarem no mercado, alguém vai ter que perder espaço…

Essa ameaça que os novos entrantes representam para o setor, porém, depende da reação dos concorrentes atuais e das barreiras de entrada.

As empresas tendem a puxar o preço para baixo, na intenção de frear os ânimos dos novos entrantes. É como se os concorrentes atuais se unissem nas trincheiras contra o novo inimigo que avança no seu território. Assim, o novo entrante já sente onde está pisando.

As barreiras de entrada no setor também determinam o nível de ameaça dos novos entrantes. Elas podem dificultar a chegada e o estabelecimento de novos negócios e, assim, reduzir o nível de competitividade do setor.

Estas são as principais barreiras de entrada apontadas por Michael Porter:

economias de escala, que forçam a entrar em grande escala ou aceitar uma desvantagem de custo;

diferenciação do produto, que força os investimentos para superar a fidelidade do cliente;

necessidades de capital, que forçam a fazer grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), instalações, publicidade etc.;

desvantagens de custo independentes de escala, como a curva de aprendizagem, tecnologia proprietária e acesso às melhores fontes de matéria-prima, que forçam a aumentar custos;

acesso aos canais de distribuição, que impede a distribuição de novos produtos e força a adotar canais próprios de venda;

política governamental, que pode regulamentar a entrada em mercados específicos, como hospitais ou geração de energia.

Pense, por exemplo, no mercado da Internet das Coisas. Competidores como IBM, Google, Amazon, Cisco, Intel, Oracle e Microsoft investem pesadamente em tecnologias de ponta e P&D para criar produtos inovadores, como dispositivos conectados e serviços de armazenamento na nuvem.

Imagine, então, como é difícil entrar nesse mercado. Um novo concorrente precisa ter poder de investimento para chegar ao nível de desenvolvimento e de confiança dos consumidores que essas grandes empresas já alcançaram.

Como é um mercado em crescimento, muitas empresas ainda vão tentar entrar no setor, mas poucas realmente vão ter sucesso.

Entender a competitividade do mercado é essencial para definir as melhores estratégias de marketing. Afinal, você precisa entender o cenário em que está atuando, quais atores estão envolvidos e como eles influenciam no sucesso do seu negócio.

Para isso, existe um modelo de análise que ajuda a entender as forças competitivas que existem no seu setor de atuação: as 5 Forças de Porter.

Trata-se de um framework criado por Michael Porter na década de 1970, que ainda hoje é estudado nas aulas de administração e marketing e utilizado pelas empresas no planejamento de estratégias.

O modelo permite fazer uma análise setorial dos principais concorrentes, atores e forças que se relacionam dentro de um mercado.

Agora, se você quer aprender o que são as 5 Forças de Porter e como aplicar esse framework no seu negócio, fique com a gente. Vamos ver todos os detalhes para você entender:

O que são as 5 Forças de Porter?

Por que usar o modelo de Porter?

Quais são as 5 Forças de Porter?

Como aplicar as 5 Forças de Porter na prática

Exemplos das 5 Forças de Porter

O que são as 5 Forças de Porter?

As 5 Forças de Porter são um framework de análise das forças competitivas que dinamizam um setor de negócios. São elas:

Rivalidade entre concorrentes;

Poder de barganha dos fornecedores;

Poder de barganha dos compradores;

Ameaça de novos entrantes;

Ameaça de produtos ou serviços substitutos.

O modelo foi criado em 1979 por Michael Porter, professor da Harvard Business School. Naquele ano, publicou um artigo na revista de Harvard que apresentou suas ideias: “Como as forças competitivas moldam a estratégia”.

As cinco forças competitivas foram resumidas no seguinte diagrama:

Diagrama das Forças de Porter

Fonte: Harvard Business Review

Segundo o autor, lidar com a concorrência está no centro de uma estratégia de negócio. Afinal, as empresas estão no mercado disputando a atenção, o interesse e o bolso do consumidor.

Porém, é comum que as empresas tenham uma visão míope sobre quem são seus concorrentes. Para Porter, a concorrência de um setor não se manifesta apenas nos concorrentes, mas também em outros atores que tensionam forças no mercado.

Portanto, o nível de competitividade de um setor seria determinado pelo conjunto de todas as forças, que impactam no sucesso e no potencial de lucro de um negócio. Quanto mais fracas são as forças coletivamente, maiores são as chances de um bom desempenho.

Porter também entende que as empresas costumam se dedicar às análises do macroambiente, como as forças sociais e econômicas, mas que o aspecto principal do ambiente externo é o setor em que ela compete (microambiente).

Ali estão as forças que impactam diretamente no negócio e que, embora não sejam totalmente controláveis, podem ser influenciadas mais de perto por ele. O macroambiente, por sua vez, está distante e é praticamente incontrolável.

Por isso, as empresas precisam conhecer essas forças para planejar suas estratégias de marketing. As 5 Forças de Porter ajudam a mapear o setor, identificar as tendências e criar cenários futuros em que a empresa se defenda das forças e se destaque no mercado.

Por que usar o modelo de Porter?

Muitas vezes, na análise competitiva, olhamos apenas para os concorrentes diretos, que vendem o mesmo produto e miram no mesmo público que a empresa. Porém, Porter mostra que a competitividade de um mercado vai além disso.

E se existe um produto prestes a ser lançado no mercado que pode substituir o que você vende hoje? E se os clientes aumentarem o seu poder de barganha quando tiverem novas opções de compra além do seu negócio?

Esses são exemplos de fatores que influenciam no seu desempenho. E a empresa precisa estar preparada para enfrentar essas forças.

As 5 Forças de Porter mostram que existem muitas outras forças além da rivalidade entre os concorrentes. Por isso, é importante adotar esse modelo para mapear todos os fatores setoriais que impactam na empresa.

Ao identificar essas forças na indústria, a empresa pode se preparar para se defender ou influenciá-las a seu favor. A intenção é encontrar uma posição estratégica na indústria que fortaleça o negócio no cenário de competitividade.

Portanto, a análise setorial é também um embasamento necessário para definir a estratégia competitiva da empresa, ou seja, como ela vai enfrentar as forças do mercado e definir seu posicionamento estratégico.

Quais são as 5 Forças de Porter?

Agora, vamos conhecer melhor cada força que atua em um setor de negócios. Antes, é importante entender o que é um setor: um grupo de empresas independentes que oferecem o mesmo produto, ou seja, cujos produtos podem ser substituídos entre si.

Podemos citar como exemplo o setor de transporte por aplicativo, por exemplo, que tem o Uber, o Cabify e o 99 como principais atuantes no Brasil. Outro exemplo é a indústria de calçados de couro, muito mais pulverizada no país.

Você já consegue identificar qual é o seu setor de atuação? Então, vamos ver agora quais são as forças que você deve analisar na sua indústria:

Força 1: rivalidade entre concorrentes

A rivalidade entre os concorrentes tende a ser a primeira força que percebemos quando fazemos a análise externa. Os concorrentes geralmente estão na mira das empresas, porque têm grande influência na sua capacidade de atrair novos clientes e ganhar market share.

Diante das opções do mercado, os consumidores podem optar por uma ou outra opção, dependendo do preço e do benefício que as empresas oferecem. Portanto, existe sempre uma disputa pelo consumidor entre os competidores de um setor.

O nível de concorrência é influenciado por diversos fatores. Estes são os principais fatores que aumentam a rivalidade entre os players:

Concorrentes numerosos e semelhantes em tamanho e potência;

Crescimento lento da indústria;

Produtos muito semelhantes, sem diferenciação;

Custos fixos ou de armazenamento altos;

Barreiras de saída elevadas, como custos fixos de saída, barreiras emocionais e restrições governamentais.

Esses fatores tendem a levar as empresas a baixar os preços para manter sua competitividade. Se o consumidor não percebe diferenciação, se os custos são altos, se é difícil sair do mercado, elas se mantêm competindo pelo preço para atrair clientes, mesmo que possam ter retornos baixos por isso.

Por outro lado, se houver menos rivalidade no seu setor (com menos concorrentes ou produtos mais diferenciados, por exemplo), é mais fácil obter lucro. Você pode praticar preços mais altos, porque o consumidor tem menos opções para escolher e menos poder de barganha.

Pense, por exemplo, no setor de varejo de moda no Brasil. Existem inúmeras empresas no mercado, com ofertas muito parecidas, como Renner, C&A e Riachuelo, falando apenas dos maiores players. Então, o consumidor tem diversas opções para escolher e não percebe uma grande diferenciação entre elas. Por isso, a competitividade é grande.

Ranking de varejistas

Fonte: Ranking do Varejo 2019 SBVC

Diante desse cenário competitivo, a Renner buscou se destacar no mercado ao investir na diferenciação, com marcas próprias divididas por lifestyles. Essa mudança, ocorrida em 2002, aproximou o consumidor da marca e melhorou sua experiência de compra. Dessa maneira, a marca conseguiu aumentar a fidelidade do cliente.

Força 2: poder de barganha dos fornecedores

O poder de barganha dos fornecedores determina o quanto a sua posição no mercado fica nas mãos de quem fornece matéria-prima e mercadorias.

Dependendo da sua força no setor, os fornecedores podem aumentar os preços ou reduzir a qualidade do que oferecem e pressionar a rentabilidade das empresas — ou elas aumentam o preço final ao consumidor, ou reduzem seus ganhos. Fornecedores sempre querem vender mais, com os menores custos e os preços mais altos.

O poder de barganha dos fornecedores do setor depende de uma série de circunstâncias. Eles se tornam mais fortes quando:

são poucos e vendem para muitos compradores;

não concorrem contra produtos substitutos;

o setor não é essencial para os fornecedores;

sua mercadoria é um insumo importante para os compradores;

sua mercadoria é diferenciada e gera custos de mudança aos compradores;

são uma ameaça de integração para frente (podem passar a produzir o que o comprador vende).

Nesses casos, os fornecedores têm maior poder de barganha, porque perder o cliente não vai significar um grande impacto para o seu negócio. Por outro lado, se o comprador perder o produto do fornecedor, vai sentir o impacto na qualidade dos seus produtos e nas vendas.

Ao vender para pequenas mercearias, por exemplo, os fornecedores de alimentos têm maior poder de barganha, porque são essenciais à sobrevivência daquele negócio.

Porém, quando vendem para grandes supermercados, como Grupo Pão de Açúcar e Grupo Big (antigo Walmart Brasil), diminuem seu poder de barganha, porque representam uma parte ínfima das vendas do seu comprador e podem ser substituídos por outras marcas.

Força 3: poder de barganha dos compradores

O poder de barganha dos compradores ou clientes é mais uma força que atua no setor e determina o seu nível de competitividade.

Quanto maior for o poder de barganha dos clientes, mais eles podem pressionar os vendedores a baixarem o preço ou aumentarem a qualidade do seu produto.

Os clientes sempre querem comprar mais, mas pagar menos. Assim, eles jogam os concorrentes uns contra os outros na disputa pelo mercado.

Os compradores aumentam seu poder de barganha quando:

são poucos e compram grandes volumes;

os produtos que compram são padronizados ou sem diferenciação;

os produtos que compram representam parcela significativa dos seus custos;

os custos de mudança de fornecedor são baixos;

têm lucros baixos;

o produto não é importante para a qualidade dos produtos dos compradores;

os produtos não ajudam o comprador a economizar;

são uma ameaça concreta de integração para trás (podem passar a fazer o que o fornecedor faz).

Nesses casos, os compradores tendem a querer negociar mais para baixar os preços ou podem migrar para outros fornecedores sem que isso impacte na sua vida ou no seu negócio.

Pessoas que compram computadores para uso pessoal costumam ter pouco poder de barganha nas lojas, não é? Porém, se uma empresa quer comprar uma grande quantidade de dispositivos, ela consegue negociar preços mais vantajosos.

Isso acontece por causa da compra em volume, do custo significativo para o comprador, da padronização do produto e das diversas opções no mercado.

Esse poder de barganha também varia conforme o perfil dos compradores. A sensibilidade ao preço, por exemplo, está relacionada ao quanto representa na sua renda, enquanto a exigência de qualidade está relacionada ao nível de conhecimento do comprador.

Portanto, a competitividade também tem a ver com o grupo de consumidores a quem você decide vender — ou seja, com a definição do público-alvo.

Força 4: ameaça de novos entrantes

Novos entrantes podem causar uma agitação no mercado. Eles chegam com força, novidades para mostrar, grandes investimentos e desejo de ganhar participação de mercado. Só que, para novos concorrentes entrarem no mercado, alguém vai ter que perder espaço…

Essa ameaça que os novos entrantes representam para o setor, porém, depende da reação dos concorrentes atuais e das barreiras de entrada.

As empresas tendem a puxar o preço para baixo, na intenção de frear os ânimos dos novos entrantes. É como se os concorrentes atuais se unissem nas trincheiras contra o novo inimigo que avança no seu território. Assim, o novo entrante já sente onde está pisando.

As barreiras de entrada no setor também determinam o nível de ameaça dos novos entrantes. Elas podem dificultar a chegada e o estabelecimento de novos negócios e, assim, reduzir o nível de competitividade do setor.

Estas são as principais barreiras de entrada apontadas por Michael Porter:

economias de escala, que forçam a entrar em grande escala ou aceitar uma desvantagem de custo;

diferenciação do produto, que força os investimentos para superar a fidelidade do cliente;

necessidades de capital, que forçam a fazer grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), instalações, publicidade etc.;

desvantagens de custo independentes de escala, como a curva de aprendizagem, tecnologia proprietária e acesso às melhores fontes de matéria-prima, que forçam a aumentar custos;

acesso aos canais de distribuição, que impede a distribuição de novos produtos e força a adotar canais próprios de venda;

política governamental, que pode regulamentar a entrada em mercados específicos, como hospitais ou geração de energia.

Pense, por exemplo, no mercado da Internet das Coisas. Competidores como IBM, Google, Amazon, Cisco, Intel, Oracle e Microsoft investem pesadamente em tecnologias de ponta e P&D para criar produtos inovadores, como dispositivos conectados e serviços de armazenamento na nuvem.

Imagine, então, como é difícil entrar nesse mercado. Um novo concorrente precisa ter poder de investimento para chegar ao nível de desenvolvimento e de confiança dos consumidores que essas grandes empresas já alcançaram.

Como é um mercado em crescimento, muitas empresas ainda vão tentar entrar no setor, mas poucas realmente vão ter sucesso.

Maiores empresas do mercado de tecnologia

Força 5: ameaça de produtos ou serviços substitutos

Já pensou que a competitividade do seu mercado é influenciada até mesmo por quem não faz parte dele?

A ameaça dos produtos substitutos mostra que você precisa ficar de olho também nas empresas de outros setores, que não vendem o mesmo produto que o seu setor.

Porém, elas podem vender produtos que o substituem, ou seja, que atendem à mesma necessidade ou desempenham a mesma função que o seu produto — e, nesse caso, podem impactar diretamente o seu negócio.

Esses produtos podem pressionar a rentabilidade da indústria como um todo ou forçar a adaptação das suas estratégias.

Quando você precisa decorar uma parede, por exemplo, pode comprar um quadro ou uma planta para pendurar. Essas opções podem ser entendidas como substitutas e, portanto, competem entre si, mesmo estando em setores diferentes.

As “carnes vegetais”, outro exemplo, estão entrando no mercado como produtos substitutos às carnes. Elas ainda não têm volume de venda capaz de pressionar os preços das indústrias de carne, mas pressionam a adaptarem sua produção.

Não é por acaso que gigantes como Seara e Sadia estão investindo na produção à base de plantas — hambúrgueres, salsichas, quibes etc. — para absorver essa demanda e enfrentar essa força competitiva.

Força 6: os complementadores

Uma outra força, normalmente chamada de sexta força de Porter (apesar de não ter sido usada por ele no artigo original), também pode ser de grande ajuda para avaliar a competitividade do setor.

Em 1990, os professores da Escola de Gestão de Yale, Adam Brandenburger e Bare Nalebuff, incluíram as alianças estratégicas no modelo de Porter.

Essa força representa a atuação dos complementadores. Essas empresas vendem produtos que beneficiam os produtos do setor quando são usados ou vendidos em conjunto. Um exemplo disso é que, por muitos anos, a Intel produziu processadores para os produtos da Apple.

O acesso às empresas complementares, portanto, pode tornar uma empresa do setor mais competitiva e acirrar a rivalidade entre os concorrentes.

Como aplicar as 5 Forças de Porter na prática

Agora que você já conhece as 5 Forças de Porter, vamos ver como aplicar esse modelo na prática, para criar estratégias de negócio mais eficientes.

Faça pesquisas de mercado

Para embasar as análises das 5 Forças de Porter e as decisões a partir delas, é importante realizar pesquisas de mercado.

Elas podem apontar a sua participação de mercado, as tendências de comportamento do consumidor, as ações dos concorrentes, entre outros fatores que determinam as forças competitivas do setor.

Assim, em vez de ficar em hipóteses infundadas, você pode construir cenários futuros com mais embasamento e criar estratégias mais adequadas para eles.

Inclua a análise no Plano de Marketing

A análise das 5 Forças de Porter deve fazer parte do Plano de Marketing. É no momento do planejamento das estratégias que você deve olhar para as forças que atuam sobre a sua empresa e definir como você vai se defender delas ou aproveitá-las.

No planejamento de marketing, é importante também olhar para dentro e perceber os pontos fortes e fracos da empresa. Eles vão ajudar a definir como ela pode reagir às forças competitivas. A Análise SWOT é o framework mais usado para isso.

Defina a estratégia competitiva

A estratégia competitiva define como a empresa vai se posicionar, diante do cenário de competitividade do setor. Segundo Michael Porter, existem três caminhos principais para as empresas:

liderança em custo: estratégia que enfrenta a competitividade do setor com a máxima redução de custos de produção e distribuição, a fim de reduzir também o preço final ao consumidor, mas aumentar sua lucratividade.

diferenciação: estratégia que enfrenta a competitividade de setor com a diferenciação da marca e dos produtos em pontos sensíveis ao consumidor, a fim de aumentar a percepção de valor e minimizar a sensibilidade dos clientes ao preço.

foco: estratégia que enfrenta a competitividade do setor atuando em nichos, que tendem a apresentar menor rivalidade entre concorrentes e menos ameaças de fornecedores e compradores.

Ao assumir uma estratégia competitiva, a empresa estabelece o direcionamento estratégico para lidar com as forças identificadas no setor.

 

 

Descrição: Diagrama estratégia competitiva

Entender a competitividade do mercado é essencial para definir as melhores estratégias de marketing. Afinal, você precisa entender o cenário em que está atuando, quais atores estão envolvidos e como eles influenciam no sucesso do seu negócio.

Para isso, existe um modelo de análise que ajuda a entender as forças competitivas que existem no seu setor de atuação: as 5 Forças de Porter.

Trata-se de um framework criado por Michael Porter na década de 1970, que ainda hoje é estudado nas aulas de administração e marketing e utilizado pelas empresas no planejamento de estratégias.

O modelo permite fazer uma análise setorial dos principais concorrentes, atores e forças que se relacionam dentro de um mercado.

Agora, se você quer aprender o que são as 5 Forças de Porter e como aplicar esse framework no seu negócio, fique com a gente. Vamos ver todos os detalhes para você entender:

O que são as 5 Forças de Porter?

Por que usar o modelo de Porter?

Quais são as 5 Forças de Porter?

Como aplicar as 5 Forças de Porter na prática

Exemplos das 5 Forças de Porter

O que são as 5 Forças de Porter?

As 5 Forças de Porter são um framework de análise das forças competitivas que dinamizam um setor de negócios. São elas:

Rivalidade entre concorrentes;

Poder de barganha dos fornecedores;

Poder de barganha dos compradores;

Ameaça de novos entrantes;

Ameaça de produtos ou serviços substitutos.

O modelo foi criado em 1979 por Michael Porter, professor da Harvard Business School. Naquele ano, publicou um artigo na revista de Harvard que apresentou suas ideias: “Como as forças competitivas moldam a estratégia”.

As cinco forças competitivas foram resumidas no seguinte diagrama:

Diagrama das Forças de Porter

Segundo o autor, lidar com a concorrência está no centro de uma estratégia de negócio. Afinal, as empresas estão no mercado disputando a atenção, o interesse e o bolso do consumidor.

Porém, é comum que as empresas tenham uma visão míope sobre quem são seus concorrentes. Para Porter, a concorrência de um setor não se manifesta apenas nos concorrentes, mas também em outros atores que tensionam forças no mercado.

Portanto, o nível de competitividade de um setor seria determinado pelo conjunto de todas as forças, que impactam no sucesso e no potencial de lucro de um negócio. Quanto mais fracas são as forças coletivamente, maiores são as chances de um bom desempenho.

Porter também entende que as empresas costumam se dedicar às análises do macroambiente, como as forças sociais e econômicas, mas que o aspecto principal do ambiente externo é o setor em que ela compete (microambiente).

Ali estão as forças que impactam diretamente no negócio e que, embora não sejam totalmente controláveis, podem ser influenciadas mais de perto por ele. O macroambiente, por sua vez, está distante e é praticamente incontrolável.

Por isso, as empresas precisam conhecer essas forças para planejar suas estratégias de marketing. As 5 Forças de Porter ajudam a mapear o setor, identificar as tendências e criar cenários futuros em que a empresa se defenda das forças e se destaque no mercado.

Por que usar o modelo de Porter?

Muitas vezes, na análise competitiva, olhamos apenas para os concorrentes diretos, que vendem o mesmo produto e miram no mesmo público que a empresa. Porém, Porter mostra que a competitividade de um mercado vai além disso.

E se existe um produto prestes a ser lançado no mercado que pode substituir o que você vende hoje? E se os clientes aumentarem o seu poder de barganha quando tiverem novas opções de compra além do seu negócio?

Esses são exemplos de fatores que influenciam no seu desempenho. E a empresa precisa estar preparada para enfrentar essas forças.

As 5 Forças de Porter mostram que existem muitas outras forças além da rivalidade entre os concorrentes. Por isso, é importante adotar esse modelo para mapear todos os fatores setoriais que impactam na empresa.

Ao identificar essas forças na indústria, a empresa pode se preparar para se defender ou influenciá-las a seu favor. A intenção é encontrar uma posição estratégica na indústria que fortaleça o negócio no cenário de competitividade.

Portanto, a análise setorial é também um embasamento necessário para definir a estratégia competitiva da empresa, ou seja, como ela vai enfrentar as forças do mercado e definir seu posicionamento estratégico.

Quais são as 5 Forças de Porter?

Agora, vamos conhecer melhor cada força que atua em um setor de negócios. Antes, é importante entender o que é um setor: um grupo de empresas independentes que oferecem o mesmo produto, ou seja, cujos produtos podem ser substituídos entre si.

Podemos citar como exemplo o setor de transporte por aplicativo, por exemplo, que tem o Uber, o Cabify e o 99 como principais atuantes no Brasil. Outro exemplo é a indústria de calçados de couro, muito mais pulverizada no país.

Você já consegue identificar qual é o seu setor de atuação? Então, vamos ver agora quais são as forças que você deve analisar na sua indústria:

Força 1: rivalidade entre concorrentes

A rivalidade entre os concorrentes tende a ser a primeira força que percebemos quando fazemos a análise externa. Os concorrentes geralmente estão na mira das empresas, porque têm grande influência na sua capacidade de atrair novos clientes e ganhar market share.

Diante das opções do mercado, os consumidores podem optar por uma ou outra opção, dependendo do preço e do benefício que as empresas oferecem. Portanto, existe sempre uma disputa pelo consumidor entre os competidores de um setor.

O nível de concorrência é influenciado por diversos fatores. Estes são os principais fatores que aumentam a rivalidade entre os players:

Concorrentes numerosos e semelhantes em tamanho e potência;

Crescimento lento da indústria;

Produtos muito semelhantes, sem diferenciação;

Custos fixos ou de armazenamento altos;

Barreiras de saída elevadas, como custos fixos de saída, barreiras emocionais e restrições governamentais.

Esses fatores tendem a levar as empresas a baixar os preços para manter sua competitividade. Se o consumidor não percebe diferenciação, se os custos são altos, se é difícil sair do mercado, elas se mantêm competindo pelo preço para atrair clientes, mesmo que possam ter retornos baixos por isso.

Por outro lado, se houver menos rivalidade no seu setor (com menos concorrentes ou produtos mais diferenciados, por exemplo), é mais fácil obter lucro. Você pode praticar preços mais altos, porque o consumidor tem menos opções para escolher e menos poder de barganha.

Pense, por exemplo, no setor de varejo de moda no Brasil. Existem inúmeras empresas no mercado, com ofertas muito parecidas, como Renner, C&A e Riachuelo, falando apenas dos maiores players. Então, o consumidor tem diversas opções para escolher e não percebe uma grande diferenciação entre elas. Por isso, a competitividade é grande.

Ranking de varejistas

Fonte: Ranking do Varejo 2019 SBVC

Diante desse cenário competitivo, a Renner buscou se destacar no mercado ao investir na diferenciação, com marcas próprias divididas por lifestyles. Essa mudança, ocorrida em 2002, aproximou o consumidor da marca e melhorou sua experiência de compra. Dessa maneira, a marca conseguiu aumentar a fidelidade do cliente.

Força 2: poder de barganha dos fornecedores

O poder de barganha dos fornecedores determina o quanto a sua posição no mercado fica nas mãos de quem fornece matéria-prima e mercadorias.

Dependendo da sua força no setor, os fornecedores podem aumentar os preços ou reduzir a qualidade do que oferecem e pressionar a rentabilidade das empresas — ou elas aumentam o preço final ao consumidor, ou reduzem seus ganhos. Fornecedores sempre querem vender mais, com os menores custos e os preços mais altos.

O poder de barganha dos fornecedores do setor depende de uma série de circunstâncias. Eles se tornam mais fortes quando:

são poucos e vendem para muitos compradores;

não concorrem contra produtos substitutos;

o setor não é essencial para os fornecedores;

sua mercadoria é um insumo importante para os compradores;

sua mercadoria é diferenciada e gera custos de mudança aos compradores;

são uma ameaça de integração para frente (podem passar a produzir o que o comprador vende).

Nesses casos, os fornecedores têm maior poder de barganha, porque perder o cliente não vai significar um grande impacto para o seu negócio. Por outro lado, se o comprador perder o produto do fornecedor, vai sentir o impacto na qualidade dos seus produtos e nas vendas.

Ao vender para pequenas mercearias, por exemplo, os fornecedores de alimentos têm maior poder de barganha, porque são essenciais à sobrevivência daquele negócio.

Porém, quando vendem para grandes supermercados, como Grupo Pão de Açúcar e Grupo Big (antigo Walmart Brasil), diminuem seu poder de barganha, porque representam uma parte ínfima das vendas do seu comprador e podem ser substituídos por outras marcas.

Força 3: poder de barganha dos compradores

O poder de barganha dos compradores ou clientes é mais uma força que atua no setor e determina o seu nível de competitividade.

Quanto maior for o poder de barganha dos clientes, mais eles podem pressionar os vendedores a baixarem o preço ou aumentarem a qualidade do seu produto.

Os clientes sempre querem comprar mais, mas pagar menos. Assim, eles jogam os concorrentes uns contra os outros na disputa pelo mercado.

Os compradores aumentam seu poder de barganha quando:

são poucos e compram grandes volumes;

os produtos que compram são padronizados ou sem diferenciação;

os produtos que compram representam parcela significativa dos seus custos;

os custos de mudança de fornecedor são baixos;

têm lucros baixos;

o produto não é importante para a qualidade dos produtos dos compradores;

os produtos não ajudam o comprador a economizar;

são uma ameaça concreta de integração para trás (podem passar a fazer o que o fornecedor faz).

Nesses casos, os compradores tendem a querer negociar mais para baixar os preços ou podem migrar para outros fornecedores sem que isso impacte na sua vida ou no seu negócio.

Pessoas que compram computadores para uso pessoal costumam ter pouco poder de barganha nas lojas, não é? Porém, se uma empresa quer comprar uma grande quantidade de dispositivos, ela consegue negociar preços mais vantajosos.

Isso acontece por causa da compra em volume, do custo significativo para o comprador, da padronização do produto e das diversas opções no mercado.

Esse poder de barganha também varia conforme o perfil dos compradores. A sensibilidade ao preço, por exemplo, está relacionada ao quanto representa na sua renda, enquanto a exigência de qualidade está relacionada ao nível de conhecimento do comprador.

Portanto, a competitividade também tem a ver com o grupo de consumidores a quem você decide vender — ou seja, com a definição do público-alvo.

Força 4: ameaça de novos entrantes

Novos entrantes podem causar uma agitação no mercado. Eles chegam com força, novidades para mostrar, grandes investimentos e desejo de ganhar participação de mercado. Só que, para novos concorrentes entrarem no mercado, alguém vai ter que perder espaço…

Essa ameaça que os novos entrantes representam para o setor, porém, depende da reação dos concorrentes atuais e das barreiras de entrada.

As empresas tendem a puxar o preço para baixo, na intenção de frear os ânimos dos novos entrantes. É como se os concorrentes atuais se unissem nas trincheiras contra o novo inimigo que avança no seu território. Assim, o novo entrante já sente onde está pisando.

As barreiras de entrada no setor também determinam o nível de ameaça dos novos entrantes. Elas podem dificultar a chegada e o estabelecimento de novos negócios e, assim, reduzir o nível de competitividade do setor.

Estas são as principais barreiras de entrada apontadas por Michael Porter:

economias de escala, que forçam a entrar em grande escala ou aceitar uma desvantagem de custo;

diferenciação do produto, que força os investimentos para superar a fidelidade do cliente;

necessidades de capital, que forçam a fazer grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), instalações, publicidade etc.;

desvantagens de custo independentes de escala, como a curva de aprendizagem, tecnologia proprietária e acesso às melhores fontes de matéria-prima, que forçam a aumentar custos;

acesso aos canais de distribuição, que impede a distribuição de novos produtos e força a adotar canais próprios de venda;

política governamental, que pode regulamentar a entrada em mercados específicos, como hospitais ou geração de energia.

Pense, por exemplo, no mercado da Internet das Coisas. Competidores como IBM, Google, Amazon, Cisco, Intel, Oracle e Microsoft investem pesadamente em tecnologias de ponta e P&D para criar produtos inovadores, como dispositivos conectados e serviços de armazenamento na nuvem.

Imagine, então, como é difícil entrar nesse mercado. Um novo concorrente precisa ter poder de investimento para chegar ao nível de desenvolvimento e de confiança dos consumidores que essas grandes empresas já alcançaram.

Como é um mercado em crescimento, muitas empresas ainda vão tentar entrar no setor, mas poucas realmente vão ter sucesso.

Maiores empresas do mercado de tecnologia

Força 5: ameaça de produtos ou serviços substitutos

Já pensou que a competitividade do seu mercado é influenciada até mesmo por quem não faz parte dele?

A ameaça dos produtos substitutos mostra que você precisa ficar de olho também nas empresas de outros setores, que não vendem o mesmo produto que o seu setor.

Porém, elas podem vender produtos que o substituem, ou seja, que atendem à mesma necessidade ou desempenham a mesma função que o seu produto — e, nesse caso, podem impactar diretamente o seu negócio.

Esses produtos podem pressionar a rentabilidade da indústria como um todo ou forçar a adaptação das suas estratégias.

Quando você precisa decorar uma parede, por exemplo, pode comprar um quadro ou uma planta para pendurar. Essas opções podem ser entendidas como substitutas e, portanto, competem entre si, mesmo estando em setores diferentes.

As “carnes vegetais”, outro exemplo, estão entrando no mercado como produtos substitutos às carnes. Elas ainda não têm volume de venda capaz de pressionar os preços das indústrias de carne, mas pressionam a adaptarem sua produção.

Não é por acaso que gigantes como Seara e Sadia estão investindo na produção à base de plantas — hambúrgueres, salsichas, quibes etc. — para absorver essa demanda e enfrentar essa força competitiva.

Carnes vegetais da Seara

Força 6: os complementadores

Uma outra força, normalmente chamada de sexta força de Porter (apesar de não ter sido usada por ele no artigo original), também pode ser de grande ajuda para avaliar a competitividade do setor.

Em 1990, os professores da Escola de Gestão de Yale, Adam Brandenburger e Bare Nalebuff, incluíram as alianças estratégicas no modelo de Porter.

Essa força representa a atuação dos complementadores. Essas empresas vendem produtos que beneficiam os produtos do setor quando são usados ou vendidos em conjunto. Um exemplo disso é que, por muitos anos, a Intel produziu processadores para os produtos da Apple.

O acesso às empresas complementares, portanto, pode tornar uma empresa do setor mais competitiva e acirrar a rivalidade entre os concorrentes.

Como aplicar as 5 Forças de Porter na prática

Agora que você já conhece as 5 Forças de Porter, vamos ver como aplicar esse modelo na prática, para criar estratégias de negócio mais eficientes.

Faça pesquisas de mercado

Para embasar as análises das 5 Forças de Porter e as decisões a partir delas, é importante realizar pesquisas de mercado.

Elas podem apontar a sua participação de mercado, as tendências de comportamento do consumidor, as ações dos concorrentes, entre outros fatores que determinam as forças competitivas do setor.

Assim, em vez de ficar em hipóteses infundadas, você pode construir cenários futuros com mais embasamento e criar estratégias mais adequadas para eles.

Inclua a análise no Plano de Marketing

A análise das 5 Forças de Porter deve fazer parte do Plano de Marketing. É no momento do planejamento das estratégias que você deve olhar para as forças que atuam sobre a sua empresa e definir como você vai se defender delas ou aproveitá-las.

No planejamento de marketing, é importante também olhar para dentro e perceber os pontos fortes e fracos da empresa. Eles vão ajudar a definir como ela pode reagir às forças competitivas. A Análise SWOT é o framework mais usado para isso.

Defina a estratégia competitiva

A estratégia competitiva define como a empresa vai se posicionar, diante do cenário de competitividade do setor. Segundo Michael Porter, existem três caminhos principais para as empresas:

liderança em custo: estratégia que enfrenta a competitividade do setor com a máxima redução de custos de produção e distribuição, a fim de reduzir também o preço final ao consumidor, mas aumentar sua lucratividade.

diferenciação: estratégia que enfrenta a competitividade de setor com a diferenciação da marca e dos produtos em pontos sensíveis ao consumidor, a fim de aumentar a percepção de valor e minimizar a sensibilidade dos clientes ao preço.

foco: estratégia que enfrenta a competitividade do setor atuando em nichos, que tendem a apresentar menor rivalidade entre concorrentes e menos ameaças de fornecedores e compradores.

Ao assumir uma estratégia competitiva, a empresa estabelece o direcionamento estratégico para lidar com as forças identificadas no setor.

Diagrama estratégia competitiva

Defina uma posição em relação às forças

Se você já mapeou as forças e fraquezas da empresa e já definiu a estratégia competitiva, já pode decidir como lidar com as 5 Forças de Porter que identificou no seu setor.

A empresa pode tomar diferentes medidas para se tornar menos vulnerável às forças competitivas, como:

fortalecer as relações com os consumidores;

diferenciar o produto ou a marca em relação aos concorrentes;

integrar para frente ou para trás ao assumir novos negócios;

estabelecer uma liderança tecnológica;

entre outras.

Digamos, por exemplo, que a empresa tem poder de investimento em P&D e decidiu pela diferenciação na indústria. Então, pode investir no desenvolvimento de produtos inovadores e no branding para se destacar entre os concorrentes, reduzir a rivalidade e minimizar o poder de barganha dos compradores.

Se a opção foi pela estratégia de liderança em custo, e a empresa tem capacidade de infraestrutura e produção, pode eliminar custos de compras e o poder de barganha dos fornecedores ao produzir as mercadorias que eles vendem (integração para trás).

Outro exemplo é optar pela estratégia de foco e mirar em um nicho com menos concorrentes, como o segmento de plus size no mercado da moda. Dessa maneira, a empresa foge da rivalidade da indústria e minimiza o poder de barganha dos compradores.

Exemplos das 5 Forças de Porter

Agora, vamos fazer uma análise completa das 5 Forças de Porter em dois mercados diferentes, para você ter como exemplo no seu negócio.

Agências de Marketing Digital

Agências de Marketing Digital atuam em um mercado concorrido. Os produtos e serviços que oferecem podem ser considerados muito semelhantes, o que torna a concorrência muito equilibrada e aumenta a rivalidade.

Entre os fornecedores de serviços para as agências digitais, estão grandes players do mercado de tecnologia: Google e Facebook. Porém, as agências representam uma parcela ínfima do faturamento dessas empresas. Então, o poder de barganha desses fornecedores é alto.

Por outro lado, as agências têm um alto poder de barganha frente a fornecedores de serviços, como designers e redatores. Em plataformas de freelancers, há uma infinidade de ofertas desses serviços, que permite negociar preços mais vantajosos.

Há dois fatores que tornam o poder de barganha dos compradores uma importante ameaça ao setor. Muitas agências, especialmente as pequenas, trabalham com poucos clientes, que são responsáveis por uma parcela significativa do seu faturamento. A saída de um deles, portanto, pode determinar sua queda.

Além disso, os clientes podem optar por fazer internamente o serviço que elas oferecem, ao contratar profissionais de social media, SEO e desenvolvedores. Então, há uma ameaça de integração para trás.

Quanto aos novos entrantes, o setor de agências de Marketing Digital não tem barreiras de entrada elevadas. Então, a todo momento surgem novas agências que podem aumentar a competitividade do setor e pressionar os preços para baixo.

As agências digitais podem sofrer ainda com a ameaça de produtos substitutos. Profissionais freelancers e influenciadores, por exemplo, são outros modelos de negócios que podem cumprir a função das agências de fazer a divulgação e o relacionamento na internet.

Diante desse cenário, o que você faria? No setor de agências digitais, é comum que as empresas assumam estratégias de diferenciação para fortalecer o relacionamento com os clientes e aumentar a sua fidelidade, de maneira que reduzam as ameaças de concorrentes, compradores, novos entrantes e substitutos.

Dessa maneira, as agências deixam de ser reféns dos preços baixos e evitam as perdas de clientes.

Companhias aéreas

No setor de companhias aéreas, o mercado brasileiro é concentrado em poucas empresas — LATAM, Gol e Azul são as principais —, que ainda sofrem concorrência de empresas estrangeiras.

Apesar de serem poucos players, a rivalidade entre eles é grande e gera disputas de preço, principalmente porque os produtos têm pouca diferenciação.

Existem poucas produtoras de aeronaves no mercado, como Embraer, Bombardier, Boeing e Airbus. Esses fornecedores têm alto poder de barganha no setor de aviação comercial, porque são pouco numerosos e geram altos custos de mudança para as companhias aéreas.

A Petrobras, como única fornecedora de combustível, também têm alto poder no setor.

Quanto ao poder de barganha dos compradores, há uma grande pressão pela redução de preços. A maioria dos clientes só querem comprar a passagem mais barata, já que os valores são significativos para o seu bolso, e eles não percebem diferenciação entre os serviços. Por outro lado, o baixo número de concorrentes não oferece muitas opções de escolha a eles.

A ameaça de novos entrantes é baixa. O setor demanda um alto investimento em aeronaves, equipamentos, contratações e treinamentos, além da adequação à legislação e ao controle do tráfego aéreo. Por isso, as barreiras de entrada costumam impedir a chegada de novos concorrentes.

Por fim, a ameaça de produtos substitutos é maior em trechos curtos, que podem ser realizados de carro ou ônibus e se tornam mais econômicos para os compradores. Mas, na maioria dos trechos longos, o setor se beneficia por ser a única opção possível de transporte.

Diante desse cenário de competitividade, as companhias aéreas buscam ao máximo reduzir os custos e aumentar o aproveitamento de espaço e assentos.

Por outro lado, procuram se diferenciar em pontos que permitem oferecer uma melhor experiência, como as refeições, a pontualidade e o espaço, e fidelizar o consumidor, como os programas de milhagens. A Gol, por exemplo, defende que oferece o maior espaço entre assentos no Brasil.

Mas, como o modelo de Porter propõe, vá além dos seus concorrentes e perceba todas as forças que influenciam no seu desempenho. A competitividade do mercado não é uma briga entre concorrentes, mas um conjunto de forças que atuam sobre os negócios.